CDS vai propor alargamento gradual da ADSE a todos no programa eleitoral
21 de jun. de 2019, 08:14
— LUSA/AO online
Esta é a terceira proposta do programa eleitoral divulgada pelo CDS para as eleições de 06 de outubro.
Nos pressupostos da proposta do grupo de trabalho do programa
eleitoral, liderado por Adolfo Mesquita Nunes, a que a Lusa teve acesso,
os centristas defendem a “manutenção da ADSE como subsistema
complementar ao SNS” e a “gradualidade” e a “definição de critérios
rigorosos” para o alargamento, “para que não seja posta em causa, mas
antes reforçada, a sua sustentabilidade”.
O CDS quer, por outro lado, dar “o mesmo tratamento fiscal aos seguros
privados” no IRS do que é dado à ADSE, “permitindo a sua integral
dedução”. No texto da proposta, em três
páginas A4, argumenta-se que a ADSE é já de “adesão voluntária”,
limitada aos trabalhadores da Administração Pública, que deixou de ser
“um benefício dado pelo Estado-empregador” aos seus funcionários, e é
exclusivamente paga por descontos mensais, sem qualquer financiamento
estatal. Por outro lado, os funcionários
públicos, além de serem livres de ter um seguro privado, têm também
“direito de acesso ao SNS”, uma “liberdade de escolha” que os
trabalhadores do privado não têm. Ao nível
do tratamento fiscal dos seguros de saúde, o objetivo é acabar com a
discriminação de os funcionários poderem deduzir à matéria coletável as
contribuições pagas, enquanto os prémios dos seguros de saúde não o são,
entrando como despesas de saúde. Nos
últimos anos, argumenta ainda o CDS, “foram-se criando distinções que
não fazem qualquer sentido e que, na prática, conduziram à existência de
dois sistemas”, um dos trabalhadores do Estado e outros do dos
privados. Os centristas acusam,
igualmente, o atual Governo de ter agravado esta distinção, dado que
“desconfia da iniciativa privada”, “secundariza o papel das empresas” e
por a sua “noção de investimento não passar da política salarial do
Estado”. Esta é a terceira medida do
programa eleitoral para as legislativas de outubro a ser divulgada pelo
CDS, que promete divulgar, nos próximos meses, uma proposta com
regularidade semanal ou de dez em dez dias.
A primeira foi propor que os privados e o setor social ajudem a reduzir
listas de espera para primeira consulta de especialidade e a segunda um
pacote de medidas para defender o contribuinte contra os abusos da
Autoridade Tributária.