CDS só viabiliza compromissos eleitorais mas será "responsável"
Açores/Eleições
26 de out. de 2020, 00:43
— Lusa/AO online
“O CDS sempre disse
que viabiliza os seus compromissos eleitorais e os compromissos com os
açorianos. É isso que vamos viabilizar. O CDS é um partido responsável e
não deixará os Açores numa situação de ingovernabilidade”, afirmou.O
PS perdeu no domingo a maioria absoluta nas eleições regionais dos
Açores, só tendo conseguido eleger 25 deputados do total de 57
parlamentares da Assembleia Legislativa Regional.Questionado
sobre possíveis coligações com PS ou PSD para formação de governo,
Artur Lima disse que iria “conversar, naturalmente”, mas não revelou
qual a solução que preferia.“O CDS é um
partido responsável. Com certeza que vamos ponderar as opções, com
responsabilidade, pondo em primeiro lugar o interesse dos açorianos. É
isso que vamos fazer, serenamente, sem precipitações, porque o nosso
interesse era fazer vingar a democracia”, frisou.Cumprimentando
o presidente do PS/Açores, Vasco Cordeiro, pela vitória nas eleições
legislativas, o dirigente centrista destacou a perda da maioria absoluta
do partido.“Queria salientar o espírito
democrático de todos os açorianos, ao evitarem a maioria absoluta de um
só partido. Foi um sinal de democraticidade, de maturidade democrática,
que é positivo em todas as democracias e os Açores tardavam em dar este
sinal”, apontou.O CDS reelegeu um deputado
pela ilha Terceira e um por São Jorge, mas elegeu menos um deputado
pela compensação, baixando o número de deputados eleitos de quatro para
três. A coligação CDS/PPM elegeu ainda um deputado do PPM pela ilha do
Corvo.Artur Lima falou numa “batalha
difícil” e num “primeiro embate à direita”, referindo-se ao Chega e ao
Iniciativa Liberal, que concorreram pela primeira vez às legislativas
regionais, mas destacou que o partido se manteve como terceira força
política mais votada.“Ainda não foi desta vez que o CDS desapareceu. Está vivo, é a terceira força e recomenda-se”, sublinhou.O
líder regional centrista dirigiu também uma palavra ao líder nacional
do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, que acompanhou grande parte
da campanha eleitoral nos Açores.“É com
particular orgulho que estou aqui e que temos este extraordinário
resultado que vai servir para galvanizar o nosso partido a nível
nacional”, realçou.Artur Lima criticou
ainda a Universidade Católica por ter feito uma sondagem para a RTP a
três dias das eleições legislativas regionais.“Não sei se influenciou para baixo ou para cima, mas que influenciou, influenciou”, criticou.“Libertar
um resultado na quinta-feira à noite, apenas feito em duas ilhas, é uma
vergonha o que se passou. Deviam ser proibidos. Alguém devia
responsabilizar essa gentalha das sondagens”, acrescentou.De
acordo com os resultados provisórios divulgados pela Direção Regional
de Organização e Administração Pública (DROAP), o PS ganhou as
legislativas regionais, ao alcançar 39,13% (40.701 votos).O
PSD, com 33,74% (35.091 votos), garantiu 21 mandatos, seguido pelo
CDS-PP com 5,51% (5.734 votos), que elegeu três deputados, além de um
parlamentar em coligação com o PPM.O
Chega, que concorreu pela primeira vez às regionais dos Açores, teve
5,06% (5.260 votos), elegeu dois deputados, tal como o BE, que alcançou
3,81% (3.962 votos).O PPM obteve 2,34% (2.431 votos) e elegeu um deputado, além de um outro eleito em coligação com o CDS-PP.A
Iniciativa Liberal, que também concorreu pela primeira vez à Assembleia
Legislativa dos Açores, conseguiu 1,93% (2.012 votos) e elegeu um
deputado, assim como o PAN, que teve percentagem idêntica e apenas menos
oito votos.A coligação PCP/PEV, que tinha
eleito um deputado há quatro anos, não conquistou nenhum mandato, tendo
obtido 1,68% (1.745 votos).