CDS responsabiliza Governo Regional por atraso de radioterapia na ilha Terceira

O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, acusou esta quarta-feira o Governo Regional de ser responsável por ainda não existir um serviço de radioterapia no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.


Autor: Lusa/AO online

"A administração também não percebe e o que nos foi dito é que é uma decisão política. Mais uma vez é o senhor presidente do Governo Regional e o senhor secretário regional da Saúde que têm de resolver a radioterapia: ou querem ou não querem? Foi-nos dito que era uma decisão política", adiantou, em declarações aos jornalistas, após uma reunião com a administração do hospital.

O anterior secretário regional da Saúde, Luís Cabral, anunciou que a ilha Terceira teria uma unidade de radioterapia a funcionar em 2016.

Em fevereiro de 2017, o atual secretário regional da Saúde, Rui Luís, disse que o licenciamento da unidade deveria estar concluída no espaço de um mês.

Mais de um ano depois, o Hospital da Ilha Terceira continua sem este serviço e o CDS-PP aponta culpas ao Governo Regional.

"Não há nenhum avanço nesta matéria. Aliás, a radioterapia anda e desanda. Aqui ainda não abriu", salientou.

No final da reunião com o conselho de administração do Hospital da Ilha Terceira, o líder regional centrista criticou o "sub-investimento em saúde" do Governo Regional, alegando que as administrações "não podem fazer omeletes sem ovos".

"É preciso cuidados paliativos rapidamente, ataque às listas de espera com urgência e articular cuidados primários hospitalares com o centro de saúde para melhores cuidados de saúde. A prevenção vence muitas doenças", frisou.

Segundo Artur Lima, não existem cuidados paliativos no Hospital da Ilha Terceira, apenas "quatro ou cinco camas".

"O que é grave é que aquando da construção deste hospital não foram previstos cuidados paliativos, nem zonas para cuidados paliativos", salientou.

Por outro lado, considerou "vergonhoso" o número de anos de espera para cirurgia em algumas especialidades, como ortopedia.

"As pessoas não podem estar de baixa anos e anos porque não conseguem uma prótese da anca ou porque não conseguem uma cirurgia ao joelho. Tudo isto, ao fim ao cabo, se formos a fazer contas, custa mais dinheiro ao Estado do que operar o doente", apontou.

O líder regional centrista alega que o plano urgente de cirurgias (CIRURGE) e o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia da Região Autónoma dos Açores (SIGICA), implementados no início deste ano, não estão a ter os efeitos desejados.

"Se há doentes em lista de espera em ortopedia há mais de cinco anos - há dois, três anos, são quase todos - é mandatório que o Governo dote o hospital de meios financeiros para poder mandar estes doentes ou a um hospital público no continente ou a um hospital privado ou público em Ponta Delgada. Os doentes têm de ser operados e rapidamente", salientou.

Artur Lima lamentou ainda que o Hospital da Ilha Terceira tivesse demorado "três anos" a adquirir um novo sistema de telemetria, alegando que com esse equipamento os doentes têm "mais hipótese de sobreviver".