CDS-PP propõe verba de 10ME no OE2018 para descontaminação
6 de nov. de 2017, 19:23
— LUSA/AO online
"Nós
vamos orçamentar uma verba de 10 milhões de euros para intensificar e
reforçar essa mesma descontaminação. Espero que desta vez seja realmente
para ser executada e não apenas para ser anunciada", adiantou Nuno
Magalhães, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, na ilha
Terceira, onde participou numas jornadas parlamentares do CDS-PP/Açores.Em
causa está a contaminação de solos e aquíferos na ilha Terceira, nos
Açores, da responsabilidade da Força Aérea norte-americana na base das
Lajes, identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos e
confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil
(LNEC). Em
2015, o Governo Regional dos Açores apresentou o Plano de Revitalização
Económica da Ilha Terceira (PREIT), em que reivindicava uma compensação
dos Estados Unidos (EUA) na ordem dos 167 milhões de euros anuais,
durante 15 anos, dos quais 100 milhões se destinavam a "reconversão e
limpeza ambiental".A
verba exigida ao Governo da República pelo CDS-PP é menor, mas Nuno
Magalhães alega que pelo menos a proposta está quantificada e é
exequível."Parece-nos
bem mais interessante poder estar no terreno a fazer essa
descontaminação do que estar dentro de um dossiê. Julgo que é uma forma
bastante mais séria de fazer política e responsável. Sabemos que o
Estado português tem compromissos internacionais que são para cumprir",
frisou."É
obviamente insuficiente, mas é realista para um passo decisivo de se
começar a descontaminar com 10 milhões de euros", acrescentou o líder
regional do CDS-PP, Artur Lima, alegando que a situação "está a pôr em
causa o ambiente e a saúde pública de uma ilha". Para
o CDS-PP/Açores, que já apresentou uma proposta nesse sentido na
Assembleia Legislativa da Região, cabe ao Estado português avançar com a
descontaminação da ilha Terceira, porque a Lei de Finanças das Regiões
Autónomas prevê no seu artigo 8º que em caso de contaminação por uma
potência estrangeira a responsabilidade pela limpeza é do Estado. "Independentemente
do que possam ser futuras negociações internacionais, o que é facto é
que de acordo com a Lei de Finanças Regionais cumpre ao Estado português
ter a capacidade de descontaminação", salientou Nuno Magalhães.O
CDS-PP vai propor também a integração no Orçamento de Estado para 2018
de uma verba de 2 milhões de euros para a construção do estabelecimento
prisional de Ponta Delgada e de uma verba de 250 mil euros para a
reabilitação do estabelecimento prisional da Horta. Segundo
Nuno Magalhães, a verba proposta pelo PS de 750 mil euros para as duas
obras é "manifestamente insuficiente" e ninguém acredita que haja uma
"intenção real" de as concretizar. Por
outro lado, os centristas defendem a inclusão de um montante de 1,5
milhões de euros para a aquisição de um radar meteorológico para a ilha
Terceira, alegando que o PS apresentou apenas uma "norma programática"
no Orçamento para 2017 e "não foi executada".