CDS alerta para risco de resultado "de certa maneira viciado"
Legislativas
19 de jan. de 2022, 16:46
— Lusa/AO Online
“Esperámos, esperámos e esperámos e no final de contas a montanha pariu um rato”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos. O
presidente do CDS-PP aproveitou o discurso que fez num almoço com
apoiantes no concelho do Seixal (distrito de Setúbal), para comentar o
anúncio da ministra da Administração Interna de que os eleitores que se
encontrem em isolamento devido à Covid-19 podem sair de casa para votar
no dia 30 de janeiro numa hora específica.E
apontou que, “semanas e semanas depois de especulação e de tabu”, o que
o Governo veio dizer “é que vai fazer uma resolução em Conselho de
Ministros que permita aos infetados e aos confinados exercerem o seu
direito de voto numa janela horária de domingo”.“Ora,
para isto não era preciso os portugueses terem esperado tanto tempo,
bastava que o Governo se dignasse a reunir e a anunciar esta decisão aos
portugueses, em vez de ter criado um tabu e ter empurrado o problema
com a barriga, e não apresenta solução rigorosamente nenhuma que garanta
a segurança e a tranquilidade no exercício do direito de voto aos
portugueses em geral”, criticou.Insistindo
na solução de a eleição decorrer em dois dias - “no dia 29 para
infetados e confinados, no dia 30 para a população em geral” -,
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “assim ninguém ficaria
impedido de exercer o seu direito de voto” e podiam fazê-lo “em
liberdade e em segurança”.“E não
correríamos o risco de as eleições e o seu resultado poder estar de
certa maneira viciado pelo facto de cerca de 500 mil portugueses, que se
estimam que estejam confinados naquela altura, não poderem exercer o
seu direito de voto”, salientou.“Nestas
circunstâncias não me restam dúvidas nenhumas, porque reina o medo,
reina a insegurança, que por falta de preparação muitos portugueses não
queiram correr o risco de votar no dia das eleições”, alertou.Na
ótica do líder centrista, “isto é um péssimo sinal do estado de saúde
da nossa democracia, isto é uma vez mais a atrapalhação, a
incompetência, a falta de planeamento a que o Governo socialista já nos
habituou”.Assinalando que “estas são as
terceiras eleições que ocorrem no nosso país debaixo de uma pandemia”,
Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que “o que se esperava de um
Governo responsável é que não andasse constantemente a correr atrás do
prejuízo”.