CDS/Açores propõe 2 milhões de euros para redução de listas de espera cirúrgicas
7 de nov. de 2017, 08:34
— Lusa/AO Online
“O Governo já
anunciou uma verba de 900 mil euros para o próximo Plano e Orçamento.
Essa verba é manifestamente insuficiente e o CDS vai reforçar a sua
proposta numa verba realista e que chegue para os doentes estarem em
lista de espera há menos de quatro meses como acontece no continente e
não há menos de 18 meses como acontece vergonhosamente na Região
Autónoma dos Açores”, adiantou Artur Lima, numa conferência de imprensa,
em Angra do Heroísmo, à margem das jornadas parlamentar do partido.O
arranque do programa CIRURGE, que prevê a realização de cirurgias nos
hospitais da região em horário extraordinário, foi anunciado pelo
Governo Regional, na passada sexta-feira, com a meta de eliminar das
listas de espera, até ao final de 2018, os utentes inscritos antes de
2015.O
programa foi proposto pelo CDS-PP e aprovado na Assembleia Legislativa
da Região Autónoma dos Açores na discussão do Plano e Orçamento da
Região para 2017, em março deste ano. Artur Lima lamentou o atraso na implementação do CIRURGE e a falta de referência ao autor da proposta.“Acho
que é uma boa notícia para os doentes que estão em lista de espera há
quatro e há cinco anos. O que me parece é que essa proposta já devia ter
sido implementada e que o Governo devia ter tido pelo menos o bom
relacionamento institucional e o cavalheirismo de não retirar o cunho
autoral da proposta”, apontou.O
líder regional centrista defendeu, no entanto, um reforço da verba para
mais do dobro do que está previsto, alegando que o montante proposto
pelo Governo Regional é insuficiente.“Nós
vamos propor 2 milhões de euros para o combate às listas de espera,
porque eu não admito viver numa sociedade que se diz inclusiva e os
doentes estão à espera de uma cirurgia da prótese da anca, de uma
cirurgia vascular, com limitações sérias na sua vida, quando se esbanja
dinheiro em festas e festarolas”, salientou.Até
ao final do ano, o CIRURGE tem um orçamento de 175 mil euros para que
sejam operados os utentes em lista de espera há mais anos, em horário
pós-laboral, havendo pessoas à espera de cirurgia desde 2011.Só
nas especialidades de cirurgia vascular e ortopedia estão inscritos
1.900 utentes até 31 de dezembro de 2014, nos três hospitais da região,
75% dos quais no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.Segundo
o secretário regional da Saúde, Rui Luís, antes de avançar com esta
medida o executivo açoriano promoveu a otimização dos blocos operatórios
e o alargamento da produção acrescida de 25 para 35%. Os
últimos dados conhecidos, referentes a setembro, apontavam para a
existência de 11.358 pessoas em lista de espera cirúrgica (incluindo
pequena cirurgia), nos três hospitais da região, quando em dezembro de
2016 estavam inscritos 10.413 utentes.