CDS/Açores pede "consequências políticas" dos resultados da SATA
8 de mai. de 2019, 11:22
— Lusa/AO Online
"O grupo
SATA teve, em 2016, um prejuízo de 14 milhões de euros, em 2017 teve um
prejuízo de 41 milhões de euros e, em 2018, um prejuízo de 53 milhões de
euros. É preciso olhar para os números e retirar as devidas
consequências políticas", declarou Artur Lima.O
parlamentar falava na Assembleia Legislativa dos Açores num debate de
urgência, pedido pelo CDS-PP, a propósito das contas da SATA.O
líder dos centristas açorianos sublinhou que "sucessivas administrações
de nomeação socialista" e o executivo regional "não conseguiram,
comprovadamente, ao longo dos anos, definir políticas que permitam a
reestruturação financeira, organizacional e operacional" da SATA."De
facto, num setor de nuclear importância estratégica para a nossa
economia e fundamental para a mobilidade dos açorianos, muitas são as
evidências dos erros estratégicos e decisões inadequadas que têm marcado
a gestão do grupo SATA ao longo dos últimos anos da governação
socialista", prosseguiu Artur Lima.Na
resposta, o secretário regional para os Assuntos Parlamentares, Berto
Messias, realçou que a SATA é o "assunto mais debatido e escrutinado"
quer no parlamento açoriano quer na própria sociedade civil, e "nunca o
Governo Regional deixou de assumir as suas responsabilidades nem pôs em
causa quaisquer pressupostos de transparência e prestação de contas
sobre as que foram e são as suas opções" para a empresa, que tem na
região - por via do executivo - o único acionista."Não
podemos fazer este debate esquecendo o papel que a SATA tem tido ao
serviço da economia dos Açores", lembrou ainda o governante, recordando
que, dantes, a discussão fazia-se em torno de "aviões e hotéis vazios".O
secretário regional criticou, todavia, o que diz ser um "exercício de
bipolaridade" de alguns, que reconhecem os prejuízos da empresa, mas
"querem mais voos" e reforço de atividade."Não podemos cantar e assobiar ao mesmo tempo", disse.O
conselho de administração da transportadora aérea, acrescentou Berto
Messias, está a implementar um "conjunto de medidas" com o objetivo de
"criar condições para que os resultados possam ser invertidos".Entre
as medidas referidas pelo governante está uma reestruturação
financeira, o retomar da privatização de 49% da Azores Airlines (o ramo
da companhia que opera de e para fora do arquipélago), a verticalização
da estrutura, o incremento de operações 'charter' ou a redução de
serviços ACMI (aluguer de aviões a outras companhias aéreas).O grupo SATA fechou 2018 com um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.A pesar no resultado estiveram as perdas da Azores Airlines, que registou um prejuízo de 52,93 milhões de euros. A
juntar a este indicador há ainda o resultado líquido negativo de 2,58
milhões de euros da SATA Air Açores, que assegura os voos nas nove ilhas
do arquipélago.