CDS/Açores diz ser preciso maior "consciencialização" sobre alterações climáticas
12 de dez. de 2019, 15:34
— Lusa/AO Online
"Apesar dos
instrumentos legislativos produzidos nesta Assembleia e das medidas
implementadas, a nossa região não está ainda preparada para enfrentar os
problemas que os efeitos das alterações climáticas provocam nas nossas
ilhas", considerou o líder dos centristas açorianos, Artur Lima.O parlamentar falava na Assembleia Legislativa dos Açores, numa intervenção política dedicada às alterações climáticas.Reconhecendo
"a procura de soluções" da parte do executivo regional do PS, Artur
Lima considerou que tal "não é suficiente", e cumpre aos partidos nos
Açores "ter a capacidade" de ultrapassar diferenças e trabalhar em
conjunto "na procura de um caminho" que garanta às "gerações vindouras
uma região onde possam crescer, viver e trabalhar"."É
preciso que os açorianos vejam que as coisas estão a ser feitas. É
preciso que os açorianos saibam que a nossa região está, como tem que
estar, preparada para responder", considerou ainda o também líder da
bancada do CDS/PP.Apesar do relativo
consenso entre os partidos, e o Governo dos Açores, sobre o combate às
alterações climáticas, o debate motivou uma troca mais acesa de palavras
entre Artur Lima e a bancada do Bloco de Esquerda, acusada pelo
centrista de defender medidas extremistas neste campo.Antes,
também em intervenção política na Assembleia Legislativa Regional, na
cidade da Horta, o deputado do PS/Açores João Paulo Ávila levou a debate
o Estado social e, em concreto, o "direito à habitação", falando
nomeadamente nos "processos de acesso à habitação que devem merecer
atenção especial, por parte do Estado e dos governos, numa política para
a habitação que vá além daqueles que são os apoios vigentes"."Atente
à conjuntura social atual, pensamos mesmo que este é o momento. Está
nas mãos desta geração de políticos continuar a fazer história, sempre
com espírito de recomeço a construir um percurso que até já foi
realizado noutras áreas sociais, constitucionalmente consagradas como
fundamentais", disse o parlamentar.Admitindo
que, no campo da habitação, "as dificuldades generalizam-se mais e
mais, abrangendo hoje muitos agregados familiares de camadas sociais
jovens e/ou da classe média", João Paulo Ávila defendeu não poder ser
aceitável que, por exemplo, "um casal jovem com a sua vida
financeiramente estável, com grandes perspetivas profissionais" e
ambicionando constituir família, se sinta "impedido de ter habitação em
face dos respetivos encargos associados".E
concretizou: "E é aqui, senhoras e senhores deputados, que urge uma
resposta mais abrangente, dada pelo Estado e pelos governos. Temos de
ser capazes de ajudar a ultrapassar esta barreira intransponível para
tantos e favorecer o saudável e livre desenvolvimento individual e
familiar de todos. Todos sem exceção".