CDS/Açores diz que SATA vai acabar com voos entre Terceira e América do Norte
25 de ago. de 2020, 18:26
— Lusa/AO online
“A partir do dia 01 de setembro, o
Aeroporto das Lajes deixa de ter voos internacionais. A SATA deixa de
voar para Boston [Estados Unidos] e para Toronto [Canadá]. É preciso
recuar ao tempo da ditadura salazarista para encontrarmos tal paralelo.
Até a primavera marcelista, em 1971, inaugurou o voo
Lisboa-Lajes-Boston”, afirmou.Artur Lima,
que falava numa conferência de imprensa junto ao Aeroporto das Lajes,
acusou o Governo Regional dos Açores, o Governo da República, a SATA e a
TAP de formarem uma “coligação negativa, que vai provocar um retrocesso
do desenvolvimento económico e social na ilha Terceira como nunca antes
visto”.“O senhor presidente do conselho
de administração da SATA disse que ia reestruturar a SATA doesse a quem
doesse. Já percebemos a quem vai doer, vai doer à Terceira e aos
terceirenses, uma vez que a SATA não voa para a ilha Terceira”, frisou.O
dirigente centrista disse que a Azores Airlines, do grupo SATA, “deixou
de voar para a ilha Terceira”, fazendo atualmente apenas uma escala na
ligação Lisboa-Boston-Lisboa, com ida à terça e regresso na
quarta-feira.“A única ilha que foi
ostracizada pela SATA foi a Terceira e propositadamente, com a
complacência do Governo Regional e do conselho de administração”,
sublinhou.A SATA anunciou, entretanto, a
retoma das ligações diretas entre a Terceira e o Porto, mas o líder do
CDS-PP considerou que são "voos eleitorais", classificando o anúncio
como "uma palhaçada", a que "os terceirenses saberão reagir", nas
eleições regionais, em outubro.Para Artur
Lima, a justificação “financeira” para o cancelamento das rotas para
Boston e Toronto não pode ser aceite quando a empresa gastou 36 milhões
de euros, entre 2018 e 2020, “para ter um avião parado” e outros 23
milhões de euros para o vender.“Temos
praticamente 60 milhões de euros esbanjados e pagos pelo dinheiro os
açorianos, mas não há dinheiro para fazer voos para a Terceira”,
reiterou.O líder centrista, que é também
deputado na Assembleia Legislativa dos Açores, criticou, por outro lado,
o facto de ainda não ter sido dado a conhecer o plano de reestruturação
da companhia aérea açoriana, que segundo o executivo açoriano está
concluído desde julho.“A democracia nos
Açores está doente, está infetada, não sei por que vírus, mas deve ser o
socialista vírus, porque há um plano de negócios de uma empresa
pública, com dinheiros públicos, paga pelos nossos impostos, que devia
ser público e publicado, mas é segredo, em democracia”, criticou.