CDS/Açores diz que Governo Regional tem condições para exercer funções
7 de abr. de 2022, 12:22
— Lusa/AO Online
“Julgo que
este governo tem todas as condições para continuar a prosseguir esse
caminho. Da parte do CDS, estamos empenhados em construir soluções para
os Açores e para os açorianos”, afirmou Rui Martins, em declarações à
Lusa.O deputado único do Chega nos Açores,
José Pacheco, disse na quarta-feira, que “acabou” o apoio do partido
ao Governo Regional e avançou que pretende reprovar o próximo Orçamento
da região, que vai ser discutido no final do ano.“Quando
nos sentimos enganados, temos de dizer ao nosso parceiro que fomos
enganados e que não podemos confiar neles. Obviamente que, em novembro,
temos um Orçamento e está aqui a garantia do deputado do Chega José
Pacheco: o orçamento está chumbado”, adiantou à Lusa.Apenas
os grupos parlamentares podem apresentar moções de censura ao Governo
Regional no Parlamento açoriano, mas o executivo da coligação
PSD/CDS-PP/PPM está dependente dos acordos de incidência parlamentar com
os deputados únicos da Iniciativa Liberal e do Chega e com o deputado
independente Carlos Furtado (ex-CH), para ter maioria parlamentar.Segundo
Rui Martins, “qualquer partido tem direito de marcar a sua agenda”, mas
o próximo orçamento só vai ser “apresentado em novembro” e o atual está
no “quarto mês” de implementação.“Percebo
que os partidos tenham uma certa urgência de ver as suas propostas
implementadas, mas a realidade é que as coisas estão a decorrer com uma
certa normalidade e não vejo o que é que precipitou estas declarações”,
apontou.“As coisas nem sempre ocorrem tão
rápido quanto nós pretendemos. Mesmo nós, os partidos da coligação,
também temos propostas que demoram o seu tempo a ser implementadas”,
acrescentou.Quanto ao processo de criação
das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência, em que
José Pacheco acusa o executivo açoriano de estar envolvido em
“trapalhadas”, Rui Martins disse que o local correto para apurar o que
se passou é a comissão de inquérito do Parlamento açoriano.“Nada
mais oportuno do que agora na comissão de inquérito se assacar
efetivamente as responsabilidades, a não ser que o deputado José Pacheco
e que o Chega já tenham retirado as conclusões da comissão de inquérito
que ainda vai a meio”, frisou.Questionado
sobre uma eventual moção de censura, que só poderá ser apresentada por
PS e BE, o deputado do CDS-PP disse que será a “centralidade do
Parlamento” a funcionar, mas considerou “prematuro” pensar, nesta fase,
em eleições antecipadas.“Da parte do CDS,
estamos seguros e firmes que é uma solução de futuro, uma solução
governativa que serve os Açores e os açorianos e que configura uma
mudança de paradigma”, salientou.