CDS/Açores critica modelo que obriga passageiros a pernoitar em São Miguel
Covid-19
27 de mai. de 2020, 15:20
— Lusa/AO Online
"Este modelo obriga a que
muitos dos passageiros oriundos tanto do grupo Ocidental como do grupo Central, nomeadamente das ilhas sem hospital, tenham de permanecer várias
horas em São Miguel para regressarem à sua ilha de residência", recorda
uma nota do partido, em que é citada a deputada do CDS-PP no parlamento
dos Açores Catarina Cabeceiras, eleita por São Jorge.O
partido lembra que no âmbito da pandemia da Covid-19 tem estado em
vigor um modelo de deslocações aéreas excecionais interilhas, em que é
exigida aos passageiros a devida autorização por parte da Autoridade
Regional de Saúde e em que, qualquer que seja a origem e destino
pretendidos, o itinerário de voo é circular, com início e término na
ilha de São Miguel. A deputada considera
“inaceitável que estes passageiros, que se deslocam entre ilhas
maioritariamente por razões de saúde - e que, portanto, pertencem a
grupos de risco -, se vejam sujeitos a uma situação em que têm que
passar várias horas dentro de uma aeronave, desembarcar em Ponta
Delgada, apanhar um transporte para o local onde vão pernoitar, voltar a
apanhar o transporte para o aeroporto e embarcar, com todos os
contactos que isso implica".E prossegue:
"E tudo isso em São Miguel, que é precisamente a ilha que de momento
apresenta maior número de casos ativos e maior potencial de transmissão
ativa".Assim, os centristas, liderados no
arquipélago por Artur Lima, questionaram o Governo Regional do PS sobre
que medidas foram tomadas para salvaguardar a saúde destes passageiros e
para suportar os custos inerentes a esta pernoita.“Não
se compreende por que é que, no momento em que a ilha de São Miguel
ficou com várias cadeias de transmissão local ativas, e sendo o Governo
Regional o acionista único da SATA Air Açores, o modelo de transporte
aéreo não tenha sido alterado por forma a isentar estes açorianos,
deslocados da sua ilha por motivos de saúde, da obrigação de pernoita em
São Miguel”, sublinha Catarina Cabeceiras.