CDS/Açores critica atraso de investimentos na ilha das Flores
16 de jul. de 2020, 08:37
— Lusa/AO Online
“A covid-19 não foi a desculpa para obras que
estão prometidas há mais de 10 anos e para investimentos que eram
necessários fazer pelo menos há mais de uma legislatura. Não há desculpa
para estes atrasos, sobretudo para ilhas pequenas, que sofrem de um
processo de desertificação e que necessitam de fixar muito a sua
população”, afirmou o dirigente regional centrista, Artur Lima, em
declarações à Lusa.A meses das eleições
legislativas regionais, Artur Lima, que é também líder da bancada do CDS
no parlamento açoriano, participou numas jornadas parlamentares, na
ilha das Flores, acompanhado pelo líder nacional do partido, Francisco
Rodrigues dos Santos.Depois de um dia
dedicado a contactos com empresários, os centristas visitaram hoje o
Porto das Poças, em Santa Cruz, cuja requalificação “continua por
fazer”, apesar de estar “prometida há muitos anos”, segundo o líder do
CDS-PP/Açores.“Ao fim destes quatro anos
podemos chegar à conclusão, sobre o investimento do Governo do Partido
Socialista, que para a frente não é caminho”, ironizou, numa referência
ao ‘slogan’ de campanha do PS/Açores “P’rá frente é que é caminho”.Artur
Lima salientou, por outro lado, as dificuldades de exportação de bens
dos empresários da ilha das Flores, alegando que o CDS “propõe há anos” a
aquisição de um avião mini-cargueiro para o arquipélago para resolver
este problema.“Visitámos ontem uma
cooperativa de laticínios. Há pouco consumo local do seu produto, porque
não há turismo, e têm alguma dificuldade em exportar, porque não
conseguem exportar a quantidade que querem na SATA, que não dá a
resposta satisfatória”, apontou.Por sua
vez, o líder nacional do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, disse
que é hora de Governo da República “honrar os compromissos que celebrou
com os Açores" na ajuda à reparação dos danos provocados pelo furacão
Lorenzo.“Acho de importância estratégica
para a ilha das Flores, mas também para o grupo ocidental que o Governo
possa proceder imediatamente à reconstrução do Porto das Lajes, que foi
destruído, porque ele é fundamental para o abastecimento e para o
comércio deste ponto do arquipélago”, frisou.O
Governo Regional dos Açores estimou em cerca de 330 milhões de euros os
prejuízos com a passagem do furacão, em outubro de 2019, tendo o
Governo da República assumido o financiamento de 85% deste valor.Segundo
o executivo açoriano, a reconstrução do porto das Lajes das Flores, que
ficou totalmente destruído, deverá arrancar no início de 2021, devendo o
projeto de execução estar concluído até ao final de setembro deste ano.Francisco
Rodrigues dos Santos lembrou que o grupo parlamentar do CDS-PP nos
Açores propôs a criação de um grupo de trabalho para acompanhar o
processo de reabilitação das infraestruturas e de abastecimento de bens
às ilhas das Flores e do Corvo, alegando que “até agora nada foi feito”.“As
promessas não passaram de palavras vagas e continuamos a eternizar na
fase dos estudos. Ainda nenhuma pedra foi colocada no lugar, o que tem
afetado e muito o desenvolvimento dos Açores, perturbando o normal
funcionamento destas ilhas e penalizado e muito o abastecimento e a
economia local”, afirmou.O dirigente
centrista criticou, por outro lado, o atraso na instalação de uma rede
de radares meteorológicos nos Açores, a única parcela do território
nacional que não é coberta por este tipo de tecnologia.