CDS/Açores acusa diretora da Aerogare Civil das Lajes de "incompetência" e "perseguição" aos funcionários
13 de nov. de 2019, 10:57
— Lusa/AO Online
“Vive-se
um clima de medo na Aerogare Civil das Lajes. É um regime militar e com
castigos”, acusou o dirigente centrista, numa conferência de imprensa,
em Angra do Heroísmo, sublinhando que a diretora da infraestrutura
“ameaça diretamente” os funcionários.Artur
Lima deu o exemplo de um funcionário da companhia aérea açoriana SATA,
funcionário do quadro há mais de 20 anos e delegado sindical, a quem foi
retirado o cartão de identificação, obrigando-o a pedir um cartão
provisório todos os dias.Segundo o centrista, há outros casos que não são revelados porque as pessoas “têm medo”. “O
que está a acontecer é a militarização da Aerogare Civil das Lajes. É
uma disciplina militar, baseada na ignorância, na prepotência e na
perseguição e isso claro que provoca constrangimentos de todo o nível e
uma subserviência total”, salientou.O
líder regional centrista acusou ainda a diretora da aerogare de
“desnorte e incompetência” por terem sido “emanadas mais de 80 diretivas
e contra-diretivas”, entre janeiro e outubro”, o que tem provocado
“conflitos” entre diferentes serviços e “constrangimentos” à gestão. “O
saber técnico e a experiência deviam ter sido critérios de seleção para
nomear a diretora da Aerogare Civil das Lajes, mas pelos vistos, e como
já vem sendo hábito em alguns gestores públicos, nada sabem quando
tomam posse e depois parece que são os únicos que sabem tudo”, criticou.
Segundo Artur Lima, “nada foi feito”
desde a certificação do Aeroporto das Lajes para uso permanente pela
aviação civil, anunciada em julho de 2018, para captar novas rotas para a
ilha Terceira ou para reforçar as escalas técnicas, que em 2019 estão
reduzidas a “umas poucas dezenas”.“Não se
pode abastecer com passageiros a bordo, as escalas técnicas dos chefes
de Estado saíram daqui, as outras escalas técnicas foram desviadas por
constrangimentos diversos. O que é que melhorou? É a pergunta que eu
faço. De facto, aumentaram o número de rotações de aviõezinhos da SATA,
mas mais nada do que isso”, sustentou.O
dirigente centrista alertou ainda para a falta de técnicos de operações
aeroportuárias, alegando que “os quatro ao serviço fazem-no por boa
vontade e estão absolutamente em ‘burnout’”, quando deviam estar ao
serviço nove.Segundo Artur Lima, a
diretora da Aerogare Civil das Lajes pretende também alterar as
condições de carreira destes técnicos, “numa desvalorização salarial e
estatutária inaceitável, com imprevisíveis e gravosas consequências na
futura captação de recursos humanos para a função” e com “efeitos
desastrosos na segurança de pessoas e bens”.Por
outro lado, criticou o sistema informático “arcaico” da Aerogare Civil
das Lajes, sublinhando que provoca “inqualificáveis atrasos na
disponibilização de informação ao público” e que “nem um servidor tem
para 'backup' de informação”.Perante estes
constrangimentos, o líder regional centrista, que é também líder da
bancada parlamentar do CDS na Assembleia Legislativa dos Açores,
anunciou que iria requerer a audição em sede de comissão parlamentar da
diretora da Aerogare Civil das Lajes e da secretária regional dos
Transportes e Obras Públicas.A Lusa
questionou fonte oficial da secretaria regional dos Transportes e Obras
Públicas, por email, mas até ao momento não recebeu resposta.