Autor: Lusa/AO Online
“O contributo do poder local para as condições de vida das populações constitui, sem dúvida, um dos maiores sucessos políticos da nossa democracia”, disse, destacando também as autonomias dos Açores e Madeira como “uma das construções mais dinâmicas e frutuosas da democracia portuguesa”.
Cavaco Silva discursava em Fafe, num ciclo de conferências, organizado pela autarquia local, com os ex-chefes do Estado eleitos após o 25 de abril de 1974, com moderação do conselheiro de Estado e comentador político Luís Marques Mendes, natural daquele concelho do distrito de Braga.
Sobre a “adesão de Portugal às comunidades europeias”, em janeiro de 1986, disse ter sido “um marco verdadeiramente histórico na vida do país”.
“A política do Banco Central Europeu tem-se traduzido em benefícios de dimensão gigantesca para Portugal” e “o Programa Europeu de Recuperação Económica aprovado pela União Europeia na sequência da pandemia está a encaminhar para Portugal muitos milhares de milhões de euros”, apontou.
Fazendo uma retrospetiva dos 48 anos pós 25 de Abril, sinalizou, também, os “progressos significativos do desenvolvimento social”, nomeadamente com a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Apesar disso, alertou, “nos anos mais recentes verificou-se uma deterioração dos serviços prestados aos utentes pelo SNS, fazendo emergir, com grande prioridade, a sua restruturação”.
Também positivo, disse, foi o “avanço significativo no acesso à educação”, que considerou “um fator crítico da efetiva igualdade de oportunidades e no combate à exclusão social”.
“Apesar da
brutal carga fiscal e da elevada despesa pública, a qualidade dos
serviços públicos não é boa na educação, na justiça e na segurança”,
lamentou ainda.