Catástrofes naturais causaram prejuízos acima de 210 mil ME na economia mundial em 2019
6 de fev. de 2020, 12:58
— Lusa/AO Online
De acordo com o relatório
‘Weather, Climate & Catastrophe Insight – 2019’, desenvolvido pela
empresa de avaliação de risco Aon, a que a Lusa teve acesso, os 409
desastres naturais registados a nível global no ano passado causaram
prejuízos de mais de 210 mil milhões de euros na economia mundial, 3%
acima da média anual de perdas neste século, mas 20% abaixo da média da
década anterior.No caso de Portugal, os
prejuízos provocados pelo furacão Lorenzo, que passou no começo de
outubro de 2019 pelos Açores, ascenderam a 330 milhões de euros, 190
milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das Lajes
das Flores.Também o mau tempo provocado
pela depressão Elsa, entre os dias 18 e 20 de dezembro de 2019, a que se
juntou no dia 21 a depressão Fabien, levou o Governo a estimar
prejuízos de nove a dez milhões de euros, devido às cheias no Baixo
Mondego, e a abrir dois avisos, no valor total de 11 milhões de euros,
para apoiar os agricultores afetados nas regiões Norte e Centro do país.De
acordo com o estudo hoje divulgado, as tempestades Elsa e Fabien
registaram uma despesa conjunta para Portugal, Espanha e França de cerca
de 86 milhões de euros e perto de 108 milhões de euros, respetivamente.O
estudo conclui também que, dos 210 mil milhões de euros de perdas
económicas, apenas cerca de 64 mil milhões foram cobertos pelos seguros.Os
fenómenos que representaram uma maior despesa a nível de seguro foram
os tufões de Hagibis e de Faxai, ambos ocorridos no Japão, em outubro e
setembro de 2019, respetivamente.O tufão
de Hagibis causou prejuízos de mais de oito mil milhões de euros e, no
caso do de Faxai, as perdas superaram os cinco mil milhões de euros.“Talvez
o maior destaque da última década de desastres naturais seja a
emergência de perigos anteriormente considerados ‘secundários’ – como
incêndios florestais, inundações e secas – tornando-se muito mais caros e
impactantes”, referiu, no estudo, o diretor de Meteorologia da Aon,
Steve Bowen.Do ponto de vista climático,
2019 foi o segundo ano mais quente no que diz respeito às temperaturas
terrestres e dos oceanos, desde 1851, com os termómetros a atingirem
máximos históricos de 46 ºC em França e 42,6 ºC na Alemanha.“Os
estudos científicos indicam que as alterações climáticas vão continuar a
afetar todos os tipos de fenómenos meteorológicos e, subsequentemente,
vão ter cada vez mais impacto nas áreas urbanizadas”, acrescentou Steve
Bowen.