Catarina Martins garante que BE "nunca faltará a soluções para um país melhor"
6 de dez. de 2021, 16:20
— Lusa/AO online
"O
voto no Bloco de Esquerda será esse voto exigente para resolver os
problemas, para não fazermos de conta que está tudo bem no país, porque
não está. E eu acho que há tanta gente, mas tanta gente que não desiste
de Portugal e que sabe que não podemos continuar a adiar as soluções que
contam e será com a força de toda essa gente que no dia 30 vá votar e
que assuma essa sua responsabilidade de criar soluções que aqui
estaremos para no dia 31 as construir", disse Catarina Martins.A
coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) falava em declarações aos
jornalistas, após ter visitado a delegação do Instituto Português do Mar
e da Atmosfera (IPMA), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos
Açores.Referindo-se
ao chumbo do Orçamento do Estado, Catarina Martins argumentou que o PS
tinha apresentado um documento que "não combatia a especulação
imobiliária, não garantia o direito à habitação, que deixava tudo na
mesma no trabalho, não fazia nada" pelos trabalhadores que "estão há
décadas com salários congelados"."E
a ideia de que a esquerda poderia ser cúmplice da deterioração das
condições de vida do país é uma ideia absurda e que toda a gente sabe
que quem honra os seus compromissos, como o Bloco de Esquerda, não podia
ser cúmplice dessa destruição. Nós aceitámos muitas vezes dar passos
mais tímidos do que aqueles que tínhamos proposto, mas porque eram
passos nalguma direção para resolver problemas. O que nós nunca
aceitámos foi ficar parados a ignorar os problemas e a ver os problemas a
agigantarem-se e a população viver cada vez com mais dificuldades",
frisou.Catarina Martins reiterou ainda que a direita "não trará nenhuma resposta" para os problemas do país.Segundo
vincou, é "uma direita que corta salários, pensões, que destrói
serviços públicos que humilha quem trabalha" e "essa nunca será
Governo"."E,
cada voto no Bloco de Esquerda previne um Governo de direita, mas um
voto no Bloco de Esquerda também significa que não encolhemos os ombros
ao estado do país, que não aceitamos que um salário não chegue para
pagar a renda da casa ou a hipoteca da casa, que não aceitamos que os
mais jovens não tenham futuro em Portugal, que não aceitamos que seja
cada vez mais difícil ter acesso à saúde ou que faltem tantos
professores nas nossas escolas", apontou.A
coordenadora do BE sustentou também que "a direita tenta penalizar o
voto à esquerda", como o PS "também, fazendo uma espécie de uma falsa
bipolarização"."Mas,
sejamos claros, o que conta depois do dia 30 é qual é a maioria que
existe no parlamento e aí a direita pode ir ou não coligada que não
conta nada. É tudo fogo de artificio. O que conta é mesmo que maioria
existirá e quais são os compromissos dos partidos", sublinhou,
reforçando que "cada voto no BE previne um governo de direita".Para a coordenadora do BE, "são precisas soluções diferentes e muito mais exigentes para o país"."Nós
não desistimos de Portugal e, por isso, no dia seguinte nada pode ficar
na mesma", frisou, garantindo que o BE "vai sempre a eleições com muita
humildade".Após
a visita à delegação do IPMA, em Ponta Delgada, Catarina Martins
apontou ainda para a "falta" de investimento na Região, referindo que o
Bloco de Esquerda introduziu em orçamentos de estado "uma série de
investimentos que depois não foram cumpridos".“É
o veto de gaveta do Ministro das Finanças que é uma gaveta muito grande
e que as contratações, as autorizações para concursos não saem e também
os investimentos que são sempre adiados, porque ficará melhor numa
qualquer conta de défice de Bruxelas. O problema é que estes
malabarismos de contas no imediato são prejudiciais para a economia a
longo prazo", criticou.