Catarina Martins diz que orientações para próximo ano letivo “não são suficientes”
6 de jul. de 2020, 11:33
— LUSA/AO online
“O ministério lançou algumas orientações mas,
do nosso ponto de vista, as orientações não são suficientes”, disse
Catarina Martins aos jornalistas, no final de uma visita à Escola Básica
2,3 professor Delfim Santos, em Lisboa, no dia em que arranca a
primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário.Aos
jornalistas, a coordenadora disse que os bloquistas estão “muito
preocupados com a preparação do ano letivo” e defendeu ser “claro que os
espaços das escolas não são neste momento suficientes para garantir as
condições de segurança sanitária” decretadas na sequência da pandemia de
covid-19.“O ministro da Educação tem
vindo a repetir as impossibilidades do sistema. Não cabe ao ministro da
Educação registar impossibilidades, cabe encontrar soluções, e as
soluções para nós passam por estes dois eixos fundamentais : encontrar
com as autarquias alternativas para desdobramento de espaços, e
contratar desde já mais pessoal para as escolas, não para cinco semanas,
mas para todo o ano letivo”, assinalou.A
líder do BE deu o exemplo da escola que visitou e disse que “as salas de
aula não permitem, de forma nenhuma, o desdobramento com as condições
de segurança para as quais as autoridades de saúde apontam, e que o
ministério diz que as escolas devem tentar seguir quando abrir o ano
letivo”.Catarina Martins observou que “há
escolas que não estão com a sua capacidade lotada e que conseguem
desdobrar pelas salas de aulas os seus alunos, ou pelos espaços que
têm”, mas existem exemplos de escolas “com muita lotação e ao lado têm
outra escola, até de outro ciclo, por exemplo, que fica exatamente na
mesma zona e que tem espaços”, pelo que o problema pode ser resolvido
com “uma articulação entre os dois espaços”.Porém,
existem outros exemplos em que o parque escolar não oferece “soluções
para desdobrar turmas e vai ser preciso olhar para outros espaços que os
municípios possam ter, desde pavilhões e outros, que permitam
desdobrar”, atirou, defendendo o envolvimento das autarquias na
resolução destas questões porque “cada escola isoladamente não tem essa
capacidade”.A coordenadora do BE defendeu
igualmente a contratação de mais assistentes operacionais, técnicos e
docentes “para todo o ano letivo”, e não apenas para as primeiras cinco
semanas de aulas, que serão dedicadas às aprendizagens que ficaram por
consolidar na sequência do ensino à distância.Catarina
Martins assinalou ainda que “as escolas têm muito pouco tempo” para
preparar a abertura do ano letivo, e estão muito sobrecarregadas”.Na
sexta-feira, o ministro anunciou as medidas excecionais, devido à
pandemia de covid-19, que vão estar em vigor no próximo ano letivo e
adiantou que os alunos vão ter mais dias de aulas e menos dias de férias
no próximo ano letivo, confirmando que o regresso às escolas será
presencial.Questionada sobre o porquê da
visita a uma escola na região de Lisboa, onde as infeções por covid-19
continuam a aumentar e quando existem restrições à entrada de pessoas
externas aos estabelecimentos de ensino devido à pandemia, a líder
bloquista afirmou que o partido escolheu uma escola onde “não há hoje
atividades letivas e, portanto, estão todas as condições de segurança e
de tranquilidade asseguradas”.“Aos
responsáveis políticos cabe, mantendo naturalmente toda a segurança que é
exigida pelas autoridades de saúde, estarem no terreno a perceber o que
está a acontecer e não confinarem-se alheados da realidade”, advogou.