Autor: Lusa
“Hoje é um dia de enorme emoção e sentido de responsabilidade. É o início de um novo ciclo nas Velas. Um ciclo que nasce do trabalho já feito, da confiança que o nosso povo depositou em nós e da esperança que todos partilhamos num futuro melhor para a nossa terra”, disse Catarina Cabeceiras no discurso de tomada de posse.
A autarca, que sucede no cargo a Luís Silveira (CDS-PP), que não se recandidatou nas eleições de 12 de outubro devido à limitação de mandato, disse que as famílias “têm de estar no centro das políticas municipais”.
“Queremos um concelho onde seja possível viver com dignidade, encontrar casa, criar filhos e envelhecer com qualidade de vida. Sendo um dos nossos maiores desafios o declínio demográfico, […] acredito que a resposta exige políticas integradas que promovam a fixação de população e que passa por tornar o nosso concelho cada vez mais atrativo para as famílias”, acrescentou.
No seu discurso, Catarina Cabeceiras apontou a habitação como outra prioridade para o mandato.
“Vamos recuperar casas devolutas adquiridas pelo município e colocá-las no mercado a preços acessíveis, aproveitando os programas de apoio comunitário”, disse, reconhecendo, contudo, que “a habitação, por si só, não chega”.
Desta forma, defendeu, é necessário “um concelho com emprego e oportunidades”.
“E é por isso que pretendemos avançar com a criação de uma incubadora de empresas, para apoiar os jovens empreendedores e estimular novas ideias de negócio”, salientou.
Catarina Cabeceiras destacou ainda a necessidade de “continuar a exigir melhores ligações marítimas e aéreas, que sirvam verdadeiramente São Jorge e garantam igualdade de oportunidades face às restantes ilhas”, garantindo que a Câmara Municipal das Velas “será uma voz ativa, exigente e reivindicativa”.
A nova autarca tenciona igualmente apostar na juventude, na cultura e no desporto, criar o Orçamento Participativo Jovem e apostar em políticas sociais que promovam a participação ativa dos idosos e apoiem as famílias.
“No plano financeiro, seremos fiéis aos princípios de rigor e de responsabilidade que marcaram a gestão municipal das Velas nos últimos anos. Manteremos as taxas mínimas de IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis], continuaremos a não cobrar derrama às empresas e a devolver às famílias o valor máximo do IRS permitido por lei”, prometeu.
A autarca assegurou, por outro lado, que lidera uma equipa “que acredita que o futuro das Velas se constrói com trabalho, diálogo e verdade” e que está “pronta para ouvir e servir”.
Na sessão solene de tomada de posse, realizada no auditório municipal, Catarina Cabeceiras dirigiu também uma palavra de gratidão ao presidente cessante, Luís Silveira, que terminou um mandato de doze anos “marcados por progresso, por estabilidade e por uma gestão exigente e responsável”.
“As Velas mudaram, cresceram e afirmaram-se. Isso é visível nas infraestruturas criadas, nos equipamentos reabilitados, na valorização dos espaços públicos e no investimento nas pessoas”, reconheceu.
Na cerimónia tomaram também posse os eleitos para a Assembleia Municipal.
A candidatura do CDS-PP, liderada por Catarina Cabeceiras, venceu as eleições autárquicas para a Câmara das Velas com 59,09% dos votos expressos e quatro mandatos, seguido do PS com 29,18% e um mandato.
Na Assembleia Municipal das Velas, o CDS-PP elegeu oito elementos, o PS três, o PSD também três e a CDU (coligação PCP/PEV) um.
O CDS-PP ganhou a liderança de cinco freguesias deste concelho da ilha de São Jorge e o PSD de uma.