Casa dos Cedros dá vida à cada vez mais despovoada freguesia da ilha das Flores
Visita Estatutária
7 de nov. de 2017, 13:12
— Lusa/AO online
“É
uma freguesia isolada que não tinha nada e que a partir do momento que
abrimos a porta passámos a ter um bar onde as pessoas podem tomar um
café, lanchar, comer massa sovada, bolos”, disse hoje a provedora da
Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz das Flores, Dora Valadão, em
declarações à agência Lusa.Segundo os últimos Censos, em 2011 moravam na freguesia 128 pessoas, mas duas décadas antes eram cerca de 200.Doada
por um utente há muitos anos, a Casa dos Cedros é uma valência da Santa
Casa da Misericórdia e no espaço funciona um bar, onde é comercializada
a doçaria, e uma cozinha de apoio ao lar.Distando sete quilómetros de Santa Cruz, este espaço, o único da zona, foi inaugurado em 2013.Segundo
a provedora da Misericórdia, abrir uma pastelaria numa zona “tão
distante” foi "uma mais-valia", permitindo criar dois postos de
trabalho.O
próximo objetivo é que a Casa dos Cedros seja “autossuficiente e se
transforme numa cooperativa de economia solidária", adiantou a
responsável.Até
atingir esta meta, o espaço continua diariamente a confecionar
biscoitos, totalmente caseiros e feitos com base em receitas antigas da
ilha, além de rissóis, bolos e pizzas."Vendemos
os doces na pastelaria, mas também fazemos entregas mediante
encomendas", acrescentou Dora Valadão, assegurando que "não há tartes
congeladas".A
venda dos bolos e outras iguarias que confecionam permite assegurar o
vencimento dos dois funcionários da Casa dos Cedros, que tem também a
funcionar um centro de convívio. "A
freguesia tem pouca população, mas fazemos os possíveis para vender ao
público, além de fornecer o lar da Santa Casa”, referiu, explicando que
por ocasião das festas 'Cais das Poças' abrem um espaço para ajudar a
pagar vencimentos.A
Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz das Flores dispõe de um lar
com capacidade para 31 utentes, constituindo a valência principal da
instituição. Este lar tem o nome do fundador da Misericórdia, em 1876,
António Vicente Peixoto Pimentel, que fundou ainda o antigo hospital das
Flores.A provedora destacou o papel da Santa Casa no apoio à população, já que dispõe da única farmácia da ilha.A
Santa Casa da Misericórdia tem também um polo de apoio a vítimas de
violência doméstica e um centro de acompanhamento de deficientes e
doentes da Machado-Joseph, além de um espaço de recreio e lazer para as
crianças, valência em parceria com a autarquia. O
Governo dos Açores termina hoje a visita estatutária de dois dias à
ilha das Flores, cumprindo com o estabelecido no Estatuto
Político-Administrativo da região.O
estatuto determina que o executivo regional visite cada uma das ilhas
do arquipélago pelo menos uma vez por ano e que o Conselho do Governo se
reúna na ilha visitada.