Casa Branca diz que é "imperativo" proteger escolha reprodutiva das mulheres
11 de mai. de 2022, 16:12
— Lusa/AO Online
Horas antes de o Senado
norte-americano votar uma legislação que transformaria o direito ao
aborto numa lei federal, o Governo de Joe Biden emitiu um comunicado
sublinhando que "apoia fortemente" essa aprovação e que "nunca foi tão
urgente" proteger a saúde das mulheres, os seus direitos de controlar
escolhas reprodutivas, e as liberdades pessoais para construir o seu
próprio futuro."A posição do Governo Biden
é clara desde o primeiro dia: defenderemos os direitos constitucionais
das mulheres reconhecidos no 'Roe v. Wade' há quase meio século –
direitos que estão sob ataque há décadas e estão sob ameaça sem
precedentes agora, apesar do forte apoio do povo norte-americano", diz o
comunicado.De acordo com o executivo, as
leis estaduais destinadas a restringir o acesso ao aborto têm aumentado a
"um ritmo alarmante recentemente", em estados como Texas, Mississípi,
entre outros."Estas leis extremas põem em
perigo a liberdade e a segurança de todas as mulheres, e são
particularmente devastadoras para aqueles que têm menos opções e
recursos, como mulheres com poucos rendimentos ou em comunidades
carenciadas, incluindo mulheres de cor ou a viver em áreas rurais",
destaca a nota.Para a administração do
democrata Joe Biden, é "evidente" que os direitos constitucionais
protegidos por quase 50 anos "estão agora em grave perigo", considerando
"imperativo" que o Congresso atue para adotar proteções ao acesso das
mulheres a serviços essenciais de saúde e à escolha reprodutiva,
independentemente de onde vivam."O
Congresso deve fazer avançar este importante projeto de lei com a maior
urgência que este momento exige. O Presidente espera trabalhar com o
Congresso durante todo o processo legislativo e assinar a Lei de
Proteção à Saúde da Mulher em lei", conclui.A
votação, agendada para hoje, será sobretudo simbólica e, mais uma vez,
evidenciará os limites da maioria do Partido Democrata no Senado
dividido a meio (50 democratas e 50 republicanos).O
líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, democrata eleito pelo Estado
de Nova Iorque, não dispõe dos 60 votos necessários para se sobrepor a
uma obstrução republicana e avançar para a aprovação da lei, o que
significa que se trata de uma jogada votada ao fracasso. Mas Schumer
defende que os membros dos dois partidos têm de se manifestar
formalmente, para ficar registada a sua posição.A
necessidade desta votação surgiu após uma fuga de informação, divulgada
pelo jornal Politico, que mostrou que o Supremo Tribunal
norte-americano se prepara para revogar o direito constitucional ao
aborto, estabelecido no caso histórico de 1973 conhecido como "Roe v
Wade".