Carta a tripulantes da Ryanair entregue a autoridades nacionais
1 de ago. de 2018, 15:27
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, a presidente do Sindicato Nacional do
Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, criticou as
“consequências” referidas pela transportadora aérea de baixo custo para
quem faltou ao trabalho nos passados dias 25 e 26 de julho, dias da
greve.Numa
carta dirigida aos trabalhadores, a empresa referiu que não serão pagos
vários componentes do salário, incluindo bónus de produtividade, e que
as ausências são “levadas em conta, tal como outros fatores relevantes
de desempenho em avaliações para oportunidades de promoções e de
transferências”.Referindo
que estas cartas dizem respeito a dias de greve, a dirigente sindical
informou que foram entregues à ACT e ao ministério responsável pelas
relações laborais.“Na
Ryanair, fazer greves tem algum tipo de consequências, estar doente tem
consequências, não vender raspadinhas tem consequências, querer tirar
licença, tem consequências para tripulantes. Aparentemente só não há
consequências para a administração”, criticou Luciana Passo.Proximamente,
os sindicatos europeus dos tripulantes não avançam com mais ações, até
por “respeito aos passageiros e para ver o que as autoridades dos vários
países vão fazer” face às críticas dos sindicatos.“Vamos
esperar algum tempo”, disse a dirigente, referindo estar nos planos o
agendamento de uma nova reunião entre os representantes dos
trabalhadores.Luciana
Passo assegurou à Lusa que as autoridades quiseram já esclarecer
algumas questões sobre planeamento de escalas e que durante os dias de
greve marcaram presença nos aeroportos de Portugal continental.A
Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve
dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a
trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação,
que durou três dias, no período da Páscoa.A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve.A
decisão de partir para a greve europeia na semana passada foi tomada em
05 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus
para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais
laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.Com
a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa
aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença
de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos
disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões
abaixo das metas definidas pela empresa.