Carlos Morais é o único candidato à Associação de Turismo dos Açores
8 de mai. de 2019, 12:52
— Lusa/AO Online
O
atual presidente da Assembleia Geral da ATA, ligado ao turismo, quer
colocar "ordem na casa" e "pacificar" a ATA, depois das buscas que a
Polícia Judiciária efetuou na associação, por suspeitas de "fraude,
peculato, falsificação de documentos e participação económica em
negócio", tendo sido constituídos cinco arguidos, entre os quais o
presidente Francisco Coelho, de baixa médica.A
lista encabeçada por Carlos Morais integra ainda os empresários Rodrigo
Rodrigues, Raquel Franco, Tiago Raiano, João Reis, Catarina Teles,
André Neves, Andreia Pavão Santos e Eduardo Bettencourt.O
candidato a presidente da ATA entende que esta lista "é mais um passo"
na estabilidade da associação, que além de estar sob investigação
judicial, por alegadas irregularidades de gestão, deixou de ter o
Governo Regional e a companhia aérea SATA como parceiros.Os
sócios da ATA aprovaram a 29 de abril, as contas de 2018, que revelam
um valor negativo de 1,5 milhões de euros resultante da gestão da
direção demissionária da instituição, atingindo o passivo total cerca de
13 milhões.Carlos Morais remeteu
explicações para a direção demissionária, mas salvaguarda que pretende
futuramente fazer face a este passivo, se for eleito, na sequência de
diálogos com o Governo Regional que pretendem “resolver este e outros
assuntos”, com base nas “boas sinergias” existentes entre ambas as
partes.O Governo Regional dos Açores foi
um dos sócios fundadores da ATA, tendo-se retirado, entretanto, bem como
o grupo SATA, outro dos sócios fundadores.“Está
a ser discutido um contrato-programa para fazer face a estas situações e
é este documento que neste momento se está a estudar", declarou Carlos
Morais.A PJ realizou a 27 de fevereiro
buscas por suspeitas de “fraude para a obtenção de subsídio, peculato,
falsificação de documentos e participação económica em negócio" na ATA.Em
comunicado, o Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada da
Polícia Judiciária (PJ) explicou que na operação foram "realizadas, no
concelho de Ponta Delgada, cerca de 20 buscas a empresas, residências e
viaturas, que permitiram a apreensão de abundantes elementos com
interesse probatório, entre os quais documentação contabilística,
faturas, contratos, pagamentos, relatórios de execução de projetos,
dados informáticos e correio eletrónico"."Foram
constituídos cinco arguidos, entre eles o presidente da instituição em
causa […] e uma responsável de departamento, sua familiar, os quais são
suspeitos de, articuladamente e em conluio com outras pessoas”, terem
“atuado ao longo de vários anos à margem das regras relativas à
contratação pública, com vantagens pessoais e para terceiros",
acrescentou a polícia.