“É verdade que é preciso fazer ainda mais e melhor, era até o ‘slogan’ do Partido Socialista. Essa ambição é absolutamente necessária para que o Governo tenha sucesso. Não nos podemos acomodar com a simples diminuição do número de pessoas que estão abaixo do limiar da pobreza, temos de fazer com que as desigualdades sejam menores, que haja muito menos portugueses a terem privações. Quem diz no domínio da pobreza, diz no domínio da resistência das nossas empresas, da confiança externa, é absolutamente necessário”, defendeu Carlos César.O antigo líder parlamentar socialista falava aos jornalistas à saída da cerimónia de tomada de posse do XXII Governo Constitucional, que decorreu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.Questionado sobre os entendimentos com os restantes partidos, César respondeu que o PS parte “com uma referência” e “o seu desejo de trabalhar com maior cumplicidade e com maior proximidade com os partidos à sua esquerda”, contudo, advertiu que “a Assembleia da República não pode ser dividida entre os existentes e os inexistentes”.“Portanto, todos os partidos que lá estão são parceiros, do ponto de vista constitucional, institucional, e, naturalmente, político”, vincou.Carlos César salientou também a ideia, defendida pelo primeiro-ministro de que “é muito importante que a estabilidade nos próximos quatro anos seja marcada pelo que diz respeito ao próprio Governo e não por fatores de natureza externa, sejam eles eleitorais ou não, que decorram de outras eleições que não estão a sufragar a atividade governativa”.“Creio que o Governo está constituído de forma a dar sinais muito claros para os portugueses e para os agentes externos que o caminho que vamos fazer deve gerar confiança e sustentabilidade na sociedade portuguesa”, declarou.O presidente do PS referiu-se também a um futuro com incertezas, “no plano económico, no relacionamento internacional, até no plano da paz”.“É preciso ter em conta esses fatores, preparando o país para, caso essas adversidades nos atinjam, sejamos capazes de ter uma economia e uma sociedade mais resistente a essas erosões que possam cá chegar”, declarou.