Carlos César manifesta apoio à candidatura de Pedro Nuno Santos à liderança do partido
7 de dez. de 2023, 17:40
— Lusa
Esta
posição sobre as eleições diretas internas dos socialistas dos próximos
dias 15 e 16 foi transmitida através de uma nota que publicou na sua
conta pessoal na rede social Facebook, na qual também lamenta que José
Luís Carneiro “esteja a ser sitiado pela euforia apologética da maioria
do comentariado e dos dirigentes da direita portuguesa”.“Torno
agora público o meu apoio a Pedro Nuno Santos. Não o fiz antes por
entender que as minhas funções de presidente do partido poderiam
conflituar se chamado a intervir em algum procedimento preparatório
desta eleição interna. Faço-o, agora, por ser um dever de opção e de
clareza de todos os militantes do PS”, justifica o membro do Conselho de
Estado.Carlos César refere depois que tem
militância no PS há 49 anos e que mais recentemente esteve, “entre
poucos outros, na origem da primeira candidatura de António Costa à
liderança do PS, na negociação que o levou a primeiro-ministro e,
solidariamente, no seu trajeto até aos dias de hoje”.“Nesse
processo, aliás, Pedro Nuno Santos foi uma presença ativa e influente
constante, e como tal, entre os agora três candidatos, pode dizer-se que
é o que esteve e está mais perto da interpretação autêntica desse
percurso liderado por António Costa”, sustenta o antigo líder
parlamentar do PS (2015/2019).O presidente dos socialistas vê em Pedro Nuno Santos “um líder distintivo e não um apêndice”.“Por
isso, pelo que mostrou e não pelo que escondeu, esteve sempre exposto à
crítica e ao elogio e será escolhido pelo que é e não pelo que o querem
aparentar ser. Com ele, poderemos prosseguir o melhor do trabalho
realizado pelos governos de António Costa, mas, saudavelmente, mudando
no que há a mudar e inovando no que há a inovar”, defende.Em
relação à atual disputa para a liderança do PS, Carlos César entende
que o ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação “fala o mínimo dos
seus concorrentes internos e o máximo do país e dos seus adversários
externos”.“Tenho pena, todavia, que José
Luís Carneiro esteja a ser sitiado pela euforia apologética da maioria
do comentariado e dos dirigentes da direita portuguesa. Não creio que o
quisesse, tanto mais que nenhum desses novos lisonjeadores o quererá,
depois, como primeiro-ministro” aponta.Ainda
de acordo com o antigo presidente do Governo Regional dos Açores entre
1996 e 2012, Pedro Nuno Santos combina “as competências e a maturidade
que a sua militância cívica e os seus cargos de Governo lhe
proporcionaram com a sua capacidade de liderança e mobilização do PS”.“Precisamos,
todos o sabemos, de mais determinação, decisão e capacidade realizadora
no País, para não perdermos o tempo que nos é proporcionado.
Precisamos, igualmente, de um partido que não se esconda do lugar na
esquerda que é seu, afirmando-se como partido dialogante, mas
liderante”, salienta, aqui numa alusão crítica ao posicionamento
estratégico da candidatura do atual ministro da Administração Interna.Neste
ponto, Carlos César vai ainda mais longe, escrevendo que “o PS não se
confronta com o atual PSD por ser parecido com ele, mas, pelo contrário,
por um e por outro abrirem as portas a caminhos diferentes que não são
sobreponíveis no tempo e no país em que hoje vivemos e na dimensão
democrática que hoje importa recriar e assegurar”.“O
PSD que temos é dos piores e mais cínicos PSD que já tivemos. O PS não
pode, por isso, se dissolver no centro ou contemporizar com a direita,
nem se confundir à sua esquerda falhando a história dos seus
compromissos ideológicos, éticos e internacionais, compromissos que,
apesar de tudo, foram sempre salvaguardados na experiência de Governo
que fizemos na legislatura iniciada em 2015. Pedro Nuno é, nestas
dimensões, quem oferece melhores garantias”, acrescenta.