Carlos César critica “conduta perniciosa e estúpida” de Hugo Mendes
TAP
10 de abr. de 2023, 17:31
— Lusa/AO Online
“Sobre
o bom Governo, a meia verdade da reunião com a CEO da TAP e sobre o
ex-governante sem juízo…” é o mote de uma longa publicação de Carlos
César na rede social Facebook, na qual o socialista refere que “dois
assuntos ensombraram, nestes dias, a imagem do governo”, um executivo
socialista que “deve evitar alguns tropeções…e cuidar melhor quem
nomeia”, mas que “se pode e deve orgulhar do que tem feito”.“Outra
coisa, mas esta especialmente censurável, foi a intervenção, sobretudo
as suas confessadas razões, que agora foi revelada, de um antigo
governante relativa à alteração de um voo regular da TAP em que estaria o
Presidente da República e no qual viajariam cerca de duas centenas de
pessoas”, referiu.Segundo Carlos César,
comportamentos “como o que foi revelado na matéria e no teor político do
email escrito pelo antigo Secretário de Estado”, Hugo Mendes, “não são
aceitáveis”.“E revelam uma conduta
perniciosa e, digo mesmo, estúpida. Como socialista, que acredita no
governo em funções e no seu desempenho mesmo nas condições difíceis com
que se tem confrontado, já que o membro do governo já não o é, ou seja,
que não é possível ele se demitir ou demiti-lo agora, só resta pedir
desculpas ao Presidente e às pessoas em geral”, defendeu.O
presidente do PS assumiu que “alguns episódios colaterais” que têm
vindo a público “não abonam muito a uma relação límpida e eficiente
envolvendo a empresa, quer aquando da sua privatização quer no tempo
mais recente”. “Porém, não deixa de ser
grotesca a omissão que se faz ou procura fazer do facto de a TAP ter
dado lucro, antecipando esse objetivo que estava previsto no seu plano
de reestruturação, a que não é estranha nem a sua gestão nem a sua
tutela, nesse período, recorde-se, exercida por Pedro Nuno Santos”,
enfatizou. Na análise de Carlos César,
“pouco, verdadeiramente”, se tem sabido na comissão de inquérito à TAP
que possa ajudar ao bom desfecho deste dossiê, quer no que diz respeito
aos interesses nacionais envolvidos, quer no caso do desenvolvimento
estratégico da empresa.“A oposição,
sobretudo à direita, manifestamente só anda à procura dos enredos e dos
lapsos, por mais ou menos relevantes que sejam, que entretenham
narrativas contra o governo”, criticou.Sobre
a reunião nas vésperas da audição da CEO da TAP em janeiro, e na qual
participaram o deputado do PS Carlos Pereira e elementos dos ministérios
que tutelam a companhia aérea, o presidente do PS condenou a
“habilidosa meia-verdade da oposição e de alguns seus amanuenses e um
generalizado exercício de hipocrisia”.“O
primeiro embuste é que isso seria algo de inédito, como se não tivesse
sempre acontecido com todos os partidos e não fosse mesmo tido como
integrando o exercício informado da função parlamentar de cada”,
referiu, acrescentando que “o segundo embuste é que isso teria
acontecido para condicionar o depoimento da CEO na comissão de
inquérito”.Num “Post Scriptum” à
publicação, o socialista criticou a ideia relançada por Santana Lopes ou
Marques Mendes sobre uma eventual demissão do Governo pelo Presidente
da República, recordando que “Santana era primeiro-ministro por
procuração e não pela legitimidade de eleição”.“Acresce
que vivemos um período especialmente sensível nos planos nacional,
europeu e internacional, quer nos perigos quer nos desafios. O que
importa, por isso, como reconheceu e aflorou o Presidente da República, é
o bom governo de Portugal e que as oposições também sejam bem melhores
do que são”, pediu.