Carlos César acredita que pode haver retrocesso na decisão de reduzir emissão da RTP/Açores
O presidente do Governo Regional dos Açores manifestou hoje a convicção de que possa ocorrer um retrocesso na decisão de reduzir para quatro horas diárias a emissão da RTP/Açores, contra a qual reafirmou a sua oposição.

Autor: Lusa / AO online

“Não pode haver uma declaração unilateral de um ministro, quase ocasional, no meio de uma audição parlamentar que até se destinava a outros efeitos, que determine o futuro de uma conquista que tem a ver com a implantação da autonomia e com uma responsabilidade do Estado que é indeclinável”, afirmou Carlos César.

O presidente do Governo dos Açores, que falava aos jornalistas no final de uma audiência com o líder do CDS/PP nos Açores, Artur Lima, frisou ser "muito importante que os ministros e decisores políticos saibam corrigir as suas posições quando elas não são as mais adequadas".

“Já revoguei decisões que tomei, já alterei o meu posicionamento em muitas matérias, porque é importante que haja sempre esta disponibilidade democrática e cívica para nós, em conjunto, acharmos as melhores soluções”, defendeu.

Carlos César salientou que "não estão em causa objetivos de racionalização, de melhor gestão, de poupança, o que está em causa é uma questão de conceito e o conceito prende-se com a existência de um serviço público de televisão que deve ser responsabilidade da administração central".

O presidente do executivo açoriano, a quem o líder regional do CDS/PP transmitiu uma proposta de criação de uma comissão parlamentar para definir o conceito de serviço público de rádio e televisão nos Açores, considerou "importante existir também por parte do Parlamento regional uma manifestação de opinião inequívoca na defesa do serviço público de rádio e televisão".

Por seu lado, Artur Lima, que é também vice-presidente nacional do CDS/PP, defendeu a necessidade de se constituir uma comissão na Assembleia Legislativa Regional, envolvendo o Governo, peritos e personalidades da sociedade civil, para se definir o conceito de serviço público de rádio e televisão nos Açores.

"O serviço público de rádio e televisão nos Açores deve ser definido pela região de maneira racional e eficiente, mas financiado pelo Governo da República", afirmou, acrescentando que o seu partido "é favorável a uma racionalização, uma melhor gestão de recursos humanos, técnicos e financeiros" mas "rejeita em absoluto a ideia de transferir todo o custo para a região".

Artur Lima criticou ainda as declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, considerando ter sido "muito infeliz" quando se referiu aos açorianos como "habitantes locais".