Cardeal Tolentino recorda que Natal traz responsabilidade por uma sociedade mais justa
26 de dez. de 2019, 07:05
— Lusa/AO Online
"O Natal fica incompleto se cada um de nós não
puder ver com os seus próprios olhos e não puder tocar o mistério de
Deus", lembrou na homilia de Natal."Se a
humanidade se torna a narração de Deus, a autobiografia de Deus, então, a
responsabilidade pela humanidade dos nossos irmãos cresce, a
compreensão de que o Natal de Jesus compromete na construção de uma
sociedade mais justa e mais fraterna, com menos desigualdades, menos
indiferença e menos solidão", referiu."Contra
o descarte que mata, o Natal inicia-nos na arte da inclusão; contra o
esbanjamento egoísta, o Natal pede-nos sobriedade e partilha (…). Nós
que contemplamos o presépio, nós que vimos a sua gloria, temos de sair
ao encontro da Humanidade que sofre, a humanidade dos nossos
semelhantes será sempre o lugar, o lugar mais imediato onde podemos
encontrar e tocar o mistério da encarnação de Deus", observou.O
cardeal Tolentino de Mendonça recebeu segunda-feira a Medalha de Mérito
da Região Autónoma da Madeira, atribuída pela Assembleia Legislativa,
numa cerimónia que decorreu no parlamento.A
Medalha de Mérito da Região Autónoma da Madeira foi criada há 40 anos
para "galardoar as entidades singulares ou coletivas, públicas ou
privadas, nacionais ou estrangeiras, em vida ou a título póstumo, que
tenham prestado assinaláveis serviços à Região ou que, por qualquer
outro motivo, a Região entenda dever distinguir", destaca a ALM, no
comunicado.A atribuição da Medalha de
Mérito pelo parlamento madeirense representa, assinala o parlamento
madeirense, o reconhecimento do percurso de vida do cardeal, poeta e
professor, nascido em dezembro de 1965, em Machico. José Tolentino
Mendonça, de 54 anos, é o segundo membro mais jovem do Colégio
Cardinalício, após o cardeal de Bangui (República Centro-Africana),
Dieudonné Nzapalainga, de 52 anos.É autor
de numerosos livros pelos quais ficou conhecido nos mais diversos
quadrantes sociais. O madeirense, arquivista do Vaticano e bibliotecário
da Biblioteca Apostólica, iniciou os estudos em Teologia em 1982 e foi
ordenado padre em 1990. Estudou Ciências Bíblicas em Roma e foi
professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, a
instituição onde fez o doutoramento em Teologia Bíblica.