Capturados dois cidadãos chineses a combater nas fileiras russas
Ucrânia
8 de abr. de 2025, 15:20
— Lusa/AO Online
“Temos
informações que sugerem que há muitos mais cidadãos chineses nas
unidades do ocupante”, acrescentou Zelensky na mensagem publicada nas
redes sociais, em que relatou a captura dos dois primeiros soldados com
passaportes chineses feitos prisioneiros pela Ucrânia desde que a guerra
começou, a 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu o país
vizinho.O Presidente explicou que o
Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e o Exército ucraniano estão a
trabalhar em conjunto com outras estruturas de serviços secretos para
obter mais pormenores sobre a participação de cidadãos chineses na
guerra.“Dei instruções ao Ministério dos
Negócios Estrangeiros ucraniano para contactar imediatamente Pequim e
esclarecer como é que a China tenciona reagir a esta situação”, indicou
Zelensky.Os dois prisioneiros de guerra -
que transportavam consigo os seus documentos de identidade, cartões
bancários e outros objetos pessoais quando foram capturados - estão sob a
custódia do SBU ucraniano.“Seja direto ou
indireto, o envolvimento da China, juntamente com outros países, nesta
guerra na Europa é um sinal claro de que [o Presidente russo, Vladimir]
Putin está disposto a fazer tudo menos a pôr fim à guerra”, afirmou
Zelensky, acusando o homólogo russo de “procurar formas de continuar a
combater” e apelando para uma resposta dos Estados Unidos, da Europa e
do resto da comunidade internacional “que quer a paz”.Na
rede social X (antigo Twitter), o ministro dos Negócios Estrangeiros
ucraniano anunciou hoje ter chamado o encarregado de negócios chinês em
Kiev para lhe pedir “explicações” sobre a presença de soldados chineses
na Ucrânia a combater pela Rússia.“Convocámos
o encarregado de negócios da China na Ucrânia ao Ministério dos
Negócios Estrangeiros para condenar este ato e exigir explicações”,
disse Andrii Sybiga.Segundo a Ucrânia, a
captura dos dois alegados soldados chineses em combate nas fileiras
russas na frente “põe em causa” a posição declarada por Pequim de parte
neutra no conflito.“Os cidadãos chineses
que combatem no Exército invasor russo na Ucrânia põem em causa a
posição declarada da China a favor da paz”, escreveu ainda o chefe da
diplomacia ucraniana na plataforma digital.