Nuno Guerreiro, que colaborava
com o Cineteatro Louletano na área de produção, morreu num hospital em
Lisboa, onde tinha dado entrada na quarta-feira, segundo a mesma fonte.Nascido
em Loulé, em 1972, cidade onde atualmente vivia, Nuno Guerreiro
popularizou-se na década de 1990 enquanto vocalista da Ala dos
Namorados, grupo responsável por temas como “Solta-se o beijo”, “Fim do
mundo” ou “Loucos de Lisboa”.De acordo com
informação disponível no site da HM Música, agência que o representava,
Nuno Guerreiro mudou-se para Lisboa na adolescência, para estudar dança
no Conservatório.Participou em espetáculos dos Diva e de Carlos Paredes e colaborou no primeiro álbum de Rodrigo Leão, “Ave Mundi Luminar”.Em 1992 juntou-se à Ala dos Namorados, banda criada por João Gil e Manuel Paulo, e da qual fez também parte José Moz Carrapa.Ao
longo dos 30 anos de carreira, a banda editou oito álbuns de estúdio,
dois álbuns ao vivo e uma compilação “de grandes êxitos”.Em
1994, a banda editou o álbum de estreia, homónimo. José Moz Carrapa
deixou a Ala dos Namorados após a edição do terceiro álbum, “Alma”
(1996), e João Gil acabou por a abandonar em 2006, para formar projetos
como a Filarmónica do Gil e O Baile.A Ala dos Namorados continuou, tendo editado outros álbuns entretanto.Em
2023 a banda regressou aos palcos com o músico João Gil e o cantor Nuno
Guerreiro “ao leme” do projeto, tendo sido na mesma ocasião anunciado
um regresso aos discos.Com os músicos
Olavo Bilac e Tozé Santos criou o projeto “Zeca Sempre”, do qual foi
editado um álbum, “O que faz falta – Zeca Afonso”, que tem como
subtítulo: “As mensagens intemporais de José Afonso, numa nova
sonoridade”, editado em 2011. “Vira de
Coimbra”, “No Lado do Breu”, "Redondo Vocábulo", “Menino do Bairro
Negro” e “Saudades de Coimbra” são alguns dos temas que integram o
álbum.A solo editou quatro álbuns: “Carta
de amor”, em 1999, “Tento saber”, em 2002, “Gangster mascarado”, em
2011, e “Na hora certa”, em 2022.Depois de
ter vivido em Lisboa e em Setúbal, o músico regressou a Loulé, onde
atualmente trabalhava em direção de cena e produção no Cine-Teatro
Louletano.O projeto mais recente onde
estava envolvido intitulava-se Nuno Guerreiro & Mau Feitio, composto
por músicos do Algarve, tendo já somado alguns concertos, nomeadamente
no festival Caixa Alfama, em Lisboa, em setembro de 2024.“Percebi
que havia um talento incrível no Algarve, mas que nem sempre têm a
visibilidade que merecem. Então, comecei a investigar, a conhecer
músicos, a perceber o que estava a acontecer na cena musical da região. E
descobri artistas absolutamente incríveis”, afirmou Nuno Guerreiro em
março passado, em entrevista a A Voz do Algarve.Um
dos últimos concertos do músico aconteceu em março com Mau Feitio e a
Banda Filarmónica da Sociedade Recreativa Artistas de Minerva,
precisamente no cineteatro de Loulé e que, segundo a sala de
espetáculos, foram filmados para a posterior edição em DVD.Na
mesma entrevista à publicação A Voz do Algarve, Nuno Guerreiro revelava
que ira lançar uma versão da música “Os Verdes Anos”, em homenagem ao
guitarrista Carlos Paredes.“Este é um tema
que tem um significado muito especial para mim. Em 1992, fui convidado
para cantar nos concertos do Carlos Paredes no Teatro São Luiz. Foi um
dos momentos mais marcantes da minha carreira. Sem querer, foi também o
que me levou à Ala dos Namorados, porque o Manuel Paulo estava lá e
ouviu-me cantar”, recordou.