Canoagem "farta de palmadinhas nas costas" quer maior financiamento público
8 de ago. de 2022, 14:40
— Lusa/AO Online
“Mais
uma vez, a canoagem mostrou estar à altura de honrar o desporto
português, mas seguramente estamos fartos de palmadinhas nas costas e
temos um elevado sentimento de ingratidão por existir alguma falta de
reconhecimento, em termos de financiamento”, criticou, à Lusa, o
presidente da federação, Vítor Félix. O
dirigente falava no fim dos Mundiais do Canadá, nos quais Portugal
classificou todos os canoístas no top-10 e conquistou quatro medalhas,
“algo que dificilmente outra modalidade em Portugal consegue”.“Somos
apenas a 13.ª federação no ranking para o alto rendimento [ao nível do
financiamento]. Ano após ano reivindicamos, mas não temos feedback de
quem tutela o desporto em Portugal para que essa situação possa ser
invertida”, insurgiu-se, referindo-se aos critérios do IPDJ. Fernando
Pimenta, em K1 1.000 metros e em K2 500 misto com Teresa Portela,
conquistou a prata em Halifax, o limiano garantiu ainda o bronze em K1
500 metros, tal como Norberto Mourão na classe adaptada de VL2. “Temos
um orçamento muito abaixo das nossas expectativas e queremos fazer
muito mais. Está provado que com poucos recursos conseguimos fazer
muito, mas queremos mais. Somos uma federação muito ambiciosa com uma
geração de atletas fantástica como se comprovou agora nos mundiais”,
desabafou. Vítor Félix ilustrou com o
exemplo da federação ter sido “forçada a trazer apenas” nove canoístas
ao Canadá – dois dos quais, da paracanoagem – quando daqui a duas
semanas vão ser 23 nos Europeus de Munique. “Claro
que quando o dinheiro é pouco e temos de andar constantemente com a
máquina de calcular na mão, temos de fazer opções. Claro que para um
mundial fora da Europa tivemos de deixar outros atletas de fora, ficaram
em casa. Viemos com uma equipa muito pequena, mas cheia de ambição”,
reforçou.O dirigente elogiou os resultados
da equipa, a “geração de ouro da canoagem”, à qual pretende dar
continuidade, algo que não se faz sem investimento.“Ambicionamos
sempre mais e queremos ver reconhecido de uma vez por todas o nosso
financiamento para assegurar que esta geração que é a melhor de sempre
possa ter sucessores à altura e para que o futuro da canoagem portuguesa
esteja garantido”, concluiu.