Candidaturas para empresas dos Açores vão "começar do zero"
PRR
20 de out. de 2021, 16:41
— Lusa/AO Online
José Manuel Bolieiro indicou que, para acabar
com as suspeições sobre o Governo dos Açores e sobre as empresas da
região que se candidataram às Agendas Mobilizadoras lançadas pela
República em julho, os consórcios vão deixar cair as propostas, tendo em
vista o reinício do processo, com a garantia, do ministro do
Planeamento, de que a região “não perde nem um cêntimo” daquele
financiamento.Em declarações aos
jornalistas à margem do plenário da Assembleia Legislativa Regional, que
começou na terça-feira na cidade da Horta, na ilha do Faial, o
presidente do Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM,
manifestou abertura para dar continuidade à comissão de inquérito sobre o
assunto, pedida hoje no parlamento por deputados do PS, do BE, da IL e
do PAN.“Quem não deve não teme. A oportunidade de ajudar a esclarecer é
sempre boa”, assegurou, quando questionado sobre se continuava a fazer
sentido a proposta de comissão de inquérito sobre as Agendas
Mobilizadoras do PRR, proposta hoje por deputados do PS, BE, IL –
Iniciativa Liberal e do PAN.“Se os
parlamentares acham que, mesmo com este entendimento [reinício do
processo], as dúvidas subsistem, até para agirmos todos melhor, cá estou
eu”, frisou.As críticas à forma como o
Governo se envolveu nas candidaturas às Agendas Mobilizadoras do PRR,
que dizem respeito a 117 milhões de euros destinados pelo Governo da
República a empresas da região, marcou o debate de terça-feira no
parlamento regional, porque a iniciativa terá deixado de fora grande
parte dos empresários do arquipélago, que alegam não terem tido
conhecimento do processo.Hoje, o presidente do Governo Regional açoriano anunciou
que “o que está mal, e havendo dúvidas, é preciso acabar”.A
decisão foi “recomeçar, com serenidade, com mais comunicação, daí com
mais transparência, um novo processo” de candidatura ao concurso de
ideias lançado pelo Governo da República para as Agendas Mobilizadoras
de empresas da região. “Não é aceitável
para o Governo, para os Açores, para os empresários, o clima da
suspeição da sua seriedade. É preciso, em benefício da honra e do bom
nome de todos, eliminar estas dúvidas”, revelou Bolieiro. “Mesmo que custe a quem perdeu o poder, nós somos diferentes. Eu sou diferente”, vincou.O
presidente do Governo Regional disse ter falado com o ministro do
Planeamento da República, de quem recebeu “a certeza de que o
investimento não está em causa”. “Então, comecemos bem, de novo. Antes começar tarde e bem do que com pressa e mal”, explicou.Apesar
de o prazo para as candidaturas ao concurso de ideias lançado pela
República ter acabado, Bolieiro disse ter a “garantia” do ministro do
Planeamento que o financiamento não fica em causa.“A
garantia, após conversa com o ministro do Planeamento é que não está em
causa um cêntimo dos 117 milhões de euros para os empresários dos
Açores”, indicou.Uma nova candidatura para
os empresários dos Açores será aberta “na próxima oportunidade”, por
iniciativa e responsabilidade do Governo da República, acrescentou.“Antes começar mais tarde, mas livre de qualquer suspeita, do que mais cedo e com suspeição”, insistiu.Bolieiro
disse que o secretário Regional das Finanças dos Açores “dirigiu já uma
carta aos líderes do consórcio para que estas propostas dos privados
possam ser retiradas”.Os empresários, observou, “são pessoas sérias e não podem estar sob suspeita”. “Retiradas as propostas, as agendas caem e cá estamos para começar bem”, esclareceu. Para Bolieiro, os Açores não podem “desperdiçar esta ajuda de relançar a economia”.Quanto à comissão de inquérito, o presidente do Governo Regional dos Açores frisou ser “diferente”. “Estou
sempre disponível para que, em nome da transparência e da defesa do
interesse público e geral, possamos todos contribuir para o bem dos
Açores e para este importante meio, que ajudará a criar mais riqueza”,
assegurou.Questionado sobre se a abertura
para manter a comissão de inquérito significava que a mesma podia ter o
apoio dos partidos que suportam o Governo, o presidente do executivo de
coligação PSD/CDS-PP/PPM alertou que não manda nos deputados, mas
defendeu os esclarecimentos.“Pela minha
opinião, com certeza apoiarão a criação da comissão, para que fique tudo
esclarecido. Pode até ser uma boa ajuda para que, na reabertura do
processo se possam envolver mais pessoas, desde logo o próprio
parlamento”, notou.