Candidatura de nova fábrica da Cofaco pode ser aprovada no fim do mês
7 de fev. de 2018, 20:52
— Lusa/AO Online
"A
responsabilidade agora está do lado da Cofaco, de responder às questões
colocadas. Da nossa parte, os prazos estão muito claros. Se tudo correr
bem, talvez no final deste mês possamos ter a candidatura aprovada",
declarou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui
Menezes.O
governante falava no Pico depois de ter sido ouvido pela comissão de
Economia da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores a
propósito da Cofaco, conserveira dona, por exemplo, da fábrica Bom
Petisco, que em janeiro anunciou o despedimento de mais de 160 pessoas."Se
eu não fosse otimista, se calhar não estava aqui", vincou Gui Menezes,
falando sobre todo este processo e aproveitando para criticar "forças
políticas" que se "aproveitaram" dos trabalhadores da Cofaco.E
concretizou, falando "em particular" do PCP e do BE: "Lamento que
algumas forças políticas se tenham aproveitado nos últimos dias e no
último mês dos trabalhadores da Cofaco para atingirem o Governo Regional
e para tentarem colocar no Governo Regional o ónus da culpa do que quer
que fosse".O
executivo aguarda agora que a Cofaco faça um aumento de capital de cerca
de um milhão de euros e resolva um "pequeno pormenor" num equipamento
que pretende adquirir, querendo o Governo Regional saber por que motivo a
conserveira quer adquirir esse equipamento ao invés de outros dois
orçamentados num menor valor.Também
hoje foi ouvida no parlamento açoriano a administração da Cofaco, que
garantiu a construção de uma nova unidade na ilha do Pico, prevendo que,
"com algum conforto", a unidade deverá estar ativa até janeiro de 2020."Estamos
no início de um percurso que culminará com uma fábrica nova (...) o que
se prevê que ocorra num prazo de sensivelmente 18 meses", vincou Telmo
Magalhães, administrador da Cofaco, falando aos jornalistas depois de
ouvido na comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores."Com algum conforto", prosseguiu o responsável, até "janeiro de 2020" há condições para a fábrica estar ativa.O projeto da fábrica está orçamentado em cerca de sete milhões de euros e aguarda agora parecer do Governo Regional dos Açores.Questionado
sobre os planos para os trabalhadores da empresa agora despedidos, o
responsável diz que a empresa não tem "outras soluções para os postos de
trabalho" a criar que não passem pelos trabalhadores agora dispensados.A
nova fábrica deverá arrancar com 100 trabalhadores, sendo previsível
que passe para os 150 num período breve de tempo e "podendo ir até aos
250" efetivos, garantiu Telmo Magalhães.O responsável da Cofaco foi ouvido à porta fechada, sem comunicação social.A
conserveira anunciou no início de janeiro o despedimento da totalidade
dos trabalhadores na fábrica do Pico, prometendo a readmissão no futuro
da maioria dos quadros.Foi
através do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio,
Escritórios e Serviços dos Açores que se soube, em 09 de janeiro, que a
administração da conserveira se havia reunido com os trabalhadores da
empresa no Pico para os informar de que todos seriam despedidos – com
direito a indemnização e fundo de desemprego –, deixando a Cofaco de
laborar naquela ilha até à construção de uma nova fábrica.Logo
aí ficou junto dos trabalhadores uma “promessa verbal” de que quando a
nova fábrica estiver concluída, o que poderá acontecer “entre 18 meses e
dois anos”, a maioria dos quadros seria readmitida.Recentemente
ficou a saber-se que os representantes da empresa recusaram duas
propostas dos trabalhadores para a realização de uma ação de ‘lay-off’ e
sua integração na eventual construção de nova fábrica na ilha do Pico.