Cancelamento da greve permite "devolver paz social"
TAP
24 de jan. de 2023, 12:53
— Lusa/AO Online
“O
passo que foi dado pelo sindicato dos tripulantes e pela administração
da TAP foi da maior importância porque permitiu devolver paz social e
agora a administração dedicar-se juntamente com os sindicatos a mais uma
importante fase do Plano de Reestruturação que é a negociação de um
novo acordo de empresa”, afirmou.Na
segunda-feira, os tripulantes de cabine decidiram aceitar a proposta da
TAP e desconvocar a greve marcada para o período entre 25 e 31 de
janeiro.O governante falava aos
jornalistas, em Sines, no distrito de Setúbal, à margem da cerimónia de
arranque da Agenda Nexus, liderada pela Administração dos Portos de
Sines e do Algarve (APS) no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a
Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)."A
TAP está num processo difícil, está a ter bons resultados, é bom que
esses resultados continuem. A TAP terá um recorde de receitas e vai
antecipar em cerca de dois anos os resultados que eram esperados em
2025. Isto é da maior importância para o futuro da TAP, mas também
permite boas notícias para os trabalhadores e foi isso que o processo
negocial conseguiu trazer para todos", acrescentou.Além
de considerar o cancelamento da greve “uma excelente notícia”, o
ministro João Galamba defendeu que a paralisação “teria sido muito
negativa não só para a TAP, mas também para os trabalhadores portugueses
e para todo o país”.“Os acordos são
sempre os acordos possíveis e nunca os acordos perfeitos e na situação
difícil que a TAP se encontra o facto de ser possível um acordo já é de
si significativo”, sublinhou.Para o
governante, é “importante” que a TAP tenha “condições de concluir com
sucesso o seu Plano de Reestruturação”, depois do “esforço que todos os
portugueses fizeram ao injetar 3,2 mil milhões de euros” na companhia.“E
esse Plano de Reestruturação tem dois pilares: resultados, que estão no
bom caminho, e paz social, que depois da decisão [de segunda-feira]
também está no bom caminho, e é isso tudo que importa”, frisou.Convicto
de que a empresa apresenta “condições” para ter paz social, o
governante lembrou que “todos os sindicatos assinaram os acordos de
emergência”, sendo “do interesse de todos colaborarem para que a paz
social seja uma realidade” e sem a qual “não é possível concluir o Plano
de Reestruturação com sucesso”.“Sem
concluir o Plano de Reestruturação com sucesso não é só a TAP que sofre,
são todos os portugueses, é a TAP e são todos os trabalhadores”,
reforçou.Questionado sobre as declarações
do ministro da Economia, Costa Silva, que, em entrevista ao jornal
espanhol El Economista, não descartou a aquisição da TAP pelo grupo IAG,
João Galamba disse concordar que a empresa “tem de avaliar os melhores
parceiros para a sua estratégia de crescimento operacional”.“Neste
momento há várias opções, avaliaremos todas e não farei nenhum
comentário sobre nenhum dos candidatos em potência. O importante é haver
vários interessados, muito interessados na TAP” e esta “ter uma
perspetiva de crescimento sustentável que é aquilo que todos desejamos”,
assegurou.No seu entender, “o passado de
insustentabilidade” que se viveu na TAP “não se pode repetir”, existindo
neste momento “condições para que esse passado mude e para que todos,
TAP e trabalhadores, possam olhar para o futuro de uma empresa em
crescimento com parcerias importantes no transporte aéreo que tirem
pleno partido da centralidade de Portugal nesta área”.