Cancelada detenção de presidente deposto por obstrução da segurança
Coreia do Sul
3 de jan. de 2025, 11:19
— Lusa/AO Online
A operação foi cancelada depois de 30 agentes do
Gabinete de Investigação da Corrupção (CIO, na sigla em inglês) e 50
polícias terem estado envolvidos num impasse de três a quatro horas com o
serviço de segurança presidencial, que se recusou a dar acesso ao
interior da residência, referiu um porta-voz do CIO.“Quanto
à execução do mandado de detenção, face ao persistente impasse,
determinámos que era virtualmente impossível executar o mandado e
estávamos preocupados com a segurança das pessoas no terreno devido à
obstrução à sua execução”, disse o porta-voz citado pela agência de
notícias Yonhap.O responsável explicou que
vão ser agora ponderadas outras medidas e acrescentou que lamenta
“profundamente a atitude do suspeito, que não respeitou os procedimentos
legais”.Depois de passar por um primeiro
controlo militar no perímetro do complexo, a equipa de agentes do CIO e a
polícia confrontaram-se com o serviço de segurança presidencial, que se
recusou a aceitar como válidos os mandados de detenção temporária e de
busca.Estes foram obtidos na terça-feira,
depois de Yoon ter ignorado três convocatórias para prestar declarações
sobre a decisão de declarar lei marcial a 03 de dezembro.Os
apoiantes do presidente deposto, reunidos perto da residência,
festejaram a notícia. Eram cerca de 1 200, de acordo com a polícia.A
polícia enviou um numeroso contingente, incluindo 2.700 agentes, para
as imediações da residência presidencial, situada na área de Hannam, em
Seul, para evitar distúrbios. Os advogados
de Yoon solicitaram uma ordem judicial para anular o mandado de
detenção, alegando que só o Ministério Público pode requerer a detenção e
insistindo que esta "é ilegal”, depois de saberem que as autoridades se
encontravam no interior do complexo.Se
conseguirem deter Yoon Suk-yeol, a equipa composta por CIO, polícia e
Ministério da Defesa Nacional tem 48 horas para interrogar o dirigente e
até solicitar uma ordem para prolongar a detenção, caso seja
considerado necessário.Yoon, que está
proibido de sair do país, foi destituído pelo parlamento a 14 de
dezembro, após ter declarado lei marcial, e aguarda uma decisão do
Tribunal Constitucional até junho sobre a reintegração ou destituição
definitiva.