Canadá investiga possível existência de “esquadras ilegais” chinesas no seu território
23 de nov. de 2022, 15:22
— Lusa/AO Online
Para
a Real Polícia Montada do Canadá, a possível existência de esquadras
clandestinas representa uma ameaça à segurança nacional, referiu em
comunicado. A investigação teve início
depois da organização não-governamental (ONG) Safeguard Defenders ter
denunciado que o Governo chinês opera esquadras ilegais em mais de 50
países em todo o mundo, incluindo três na região metropolitana de
Toronto, a maior cidade do Canadá.Esta ONG
também identificou três estruturas idênticas em Portugal, o que motivou
a abertura de uma investigação a cargo do Departamento Central de
Investigação e Ação Penal (DCIAP), segundo divulgou no final de outubro a
Procuradoria-Geral da República (PGR).A
Polícia Montada do Canadá explicou que, após a informação tornada
pública, “está a investigar para apurar” se ocorreram atividades
criminosas contra a comunidade chinesa no país.“O
nosso objetivo é evitar intimidação, ameaças e assédio contra qualquer
comunidade no Canadá, bem como qualquer forma de dano iniciado em nome
de uma entidade estrangeira”, sublinhou esta força policial.As
autoridades canadianas também solicitaram ao público informações sobre a
existência de esquadras ilegais ou quaisquer ameaças ou intimidações
relacionadas às atividades desses centros.No
relatório divulgado em setembro, a ONG Safeguard Defenders acusou
Pequim de manter meia centena de “centros de serviço policial” em vários
países, que terão persuadido 230.000 alegados fugitivos a regressar à
China entre abril de 2021 e julho de 2022. Três dessas “esquadras
ilegais” funcionariam em Portugal, segundo a ONG, com sede em Madrid.O
relatório da Safeguard Defenders foi divulgado em Portugal pelo líder
da IL, João Cotrim Figueiredo, no final de setembro, durante um debate
na Assembleia da República.A China já
rejeitou as acusações de que terá criado meia centena de “centros de
serviço policial” em vários países para controlar dissidentes, incluindo
em Portugal.O porta-voz do Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, defendeu que as estruturas
“são, na verdade, centros de serviços para chineses no estrangeiro”.Já
a Comissão Europeia realçou no final de outubro que cabe aos
Estados-membros investigar a existência de alegadas esquadras chinesas
na União Europeia (UE).