Depois do adiamento dos Jogos
Olímpicos de Tóquio para 2021, o atletismo fica, assim, privado do
segundo grande evento do ano, ficando com um calendário internacional
praticamente sem nada, já que tudo foi desprogramado até ao final de
junho.A decisão de anulação foi tomada em
reunião do comité executivo do comité organizador, após videoconferência
com a Federação Francesa de Atletismo (FFA), os ministérios do Desporto
e Interior e delegação interministerial para os grandes eventos."Tentámos
tudo, mesmo", explicou Jean Gracia, presidente do comité organizador,
acrescentando: "Esperávamos todos que a situação pudesse melhorar
rapidamente, mas infelizmente não é o caso. Pedimos mesmo à comissão
médica da federação que avaliasse as medidas a tomar para poder
organizar o evento. Estudámos todas as possibilidades, incluindo
diminuir o número de provas e reduzir para metade o total de
espetadores".O presidente da FPA, André
Giraud, disse, por seu lado, que a avaliação de riscos apresentada pelos
serviços do Estado foi decisiva para a anulação do Europeu, que
representa um duro golpe no plano financeiro.Mais
de metade da lotação do estádio Charléty de Paris já estava vendida e a
FPA esperava conseguir um equilíbrio entre as receitas e os gastos
orçamentados de 17 milhões de euros.Cerca
de 1.400 atletas eram esperados nestes Europeus, incluindo uma delegação
portuguesa encabeçada por Nelson Évora, o campeão em título de triplo
salto.O arranque da época internacional
está, de momento, adiada para julho. Oito das nove primeiras etapas da
Liga Diamante - que devia ter começado em 17 de abril, em Doha - foram
adiadas e só Oslo mantém a prova, para 11 de junho, mas com um programa
profundamente reduzido e sem público nas bancadas.