Campanha científica acrescenta mais de 37 mil km2 ao mapa do mar português
10 de ago. de 2020, 12:41
— Lusa/AO Online
Numa
nota, a Marinha adianta que o navio hidro-oceanográfico atracou esta
manhã na Base Naval de Lisboa perfazendo "62 dias de missão e 970 horas
de navegação, tendo percorrido 6.800 milhas náuticas (mais de 12 593
quilómetros)", no âmbito do programa SEAMAP 2030 e da cooperação com o
Governo Regional dos Açores.O programa
‘SEAMAP 2030’, de mapeamento do mar português, visa a “caracterização da
natureza dos fundos marinhos, na perspetiva de serviço hidrográfico
nacional, numa abordagem multidisciplinar”, contribuindo para “aumentar o
conhecimento nas áreas estratégicas de interesse nacional e para
promover as atividades de desenvolvimento tecnológico, exploração
sustentável dos recursos e investigação científica associadas às
ciências do mar”.O projeto irá “permitir a
aquisição e processamento de dados para desenvolver produtos finais
como cartografia náutica, mapas de informação diversa dos fundos
marinhos e conhecimento do mar português”.Esta
campanha científica de nove semanas no arquipélago I permitiu
"acrescentar cerca de 37.500 km2 sondados ao Mapeamento do Mar
Português, no âmbito do programa SEAMAP 2030 e da cooperação com o
Governo Regional dos Açores", salienta a nota.A
Marinha explica ainda que a campanha científica consistiu "no
levantamento hidrográfico, com os sistemas sondadores multifeixe de
bordo, de 10 montes submarinos com especial interesse para o estudo dos
ecossistemas do mar profundo, num raio de 100 milhas náuticas (mais 185
quilómetros) do grupo central do Arquipélago dos Açores".O
navio realizou, ainda, a manutenção de duas boias multiparamétricas do
Sistema Integrado de Monitorização Ambiental da Zona Económica Exclusiva
de Portugal, dando apoio a uma equipa técnica do Instituto
Hidrográfico.No âmbito do projeto CETUS
(que monitoriza informações sobre cetáceos) "e da colaboração da Marinha
Portuguesa com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e
Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR), embarcaram quatro
observadores de cetáceos, tendo sido avistados vários exemplares das
espécies Balaenoptera borealis (baleia-espadarte), Physeter
macrocephalus (cachalote) e Grampus griséus (golfinho-de-risso)".O D. Carlos I é comandado pelo capitão-tenente Teotónio Pires Barroqueiro e tem uma guarnição de 34 militares. Para
esta campanha científica embarcaram ainda um médico e dois
mergulhadores da Marinha Portuguesa, e uma equipa da Brigada
Hidrográfica do Instituto Hidrográfico, constituída por cinco militares
especializados em Hidrografia, que realizou levantamentos hidrográficos
costeiros e portuários nas ilhas da Graciosa e do Faial.