Câmara Municipal do Funchal com orçamento de 128 ME para o próximo ano
14 de nov. de 2022, 18:55
— Lusa/AO Online
“O
orçamento terá, para 2023, o valor de 128 milhões de euros.
Comparativamente ao anterior, há aqui um aumento de 18 milhões de euros,
portanto há um crescimento de 16%”, realçou o autarca, na conferência
de imprensa de apresentação do documento. O
presidente da Câmara do Funchal destacou que, com o aumento do
orçamento, será possível conceder mais apoios sociais e apoiar mais
famílias e empresas.Pedro Calado (PSD)
apontou também que, “atendendo à dinâmica de crescimento económico” no
concelho, foi possível aumentar as receitas sem aumentar a carga fiscal.
A autarquia estima arrecadar, no próximo
ano, 37,4 milhões de euros (ME) em impostos diretos, mais nove milhões
face ao estimado para este ano, de acordo com o documento hoje
apresentado. Na área social, a Câmara do
Funchal, onde reside mais de 50% da população madeirense, vai investir
7,3 ME, um aumento de 2,5 milhões em relação ao orçamento para este ano.
O município prevê investir cinco milhões de euros no fundo de investimento social e 2,3 ME na área da educação. Entre
as medidas apresentadas, destacam-se o subsídio municipal ao
arrendamento (1,6 ME), a comparticipação municipal em medicamentos (1,6
ME) e um novo programa de teleconsultas familiares e veterinárias para
famílias carenciadas, que representará um investimento de 200.000 euros.
No que toca à educação, a Câmara do
Funchal vai investir dois milhões de euros na atribuição de bolsas aos
estudantes do ensino superior, mais 700.000 euros em relação a este ano.
Relativamente à habitação, Pedro Calado
salientou que, até 2026, o Funchal terá 370 novos fogos a custos
controlados, dos quais 168 ao abrigo do Plano de Recuperação e
Resiliência (PRR), e os restantes inseridos no Programa 1.º Direito. Está
também prevista uma verba de 4,8 ME para a manutenção dos bairros
sociais e 1,9 ME para requalificar e promover a eficiência energética em
100 fogos. No que diz respeito à
estratégia fiscal do município, a Câmara vai isentar durante três anos o
pagamento do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de
Imóveis (IMT) e do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para jovens até
aos 35 anos ou casais com média de idades até 38 anos que adquirem
habitação própria e permanente com valor patrimonial tributário até 200
mil euros. No caso da aquisição de prédios
que sejam objeto de reabilitação urbana, a autarquia garante a isenção
do IMI até oito anos a partir de 2023, sendo que atualmente este imposto
é cobrado no município à taxa mínima legal de 0,3%.Em
relação ao Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), o
executivo prevê devolver progressivamente a totalidade – 5% – até 2025,
passando dos atuais 2,5% para 3% em 2023, 4% em 2024 e, finalmente, 5%
no ano seguinte.O município continuará também, à semelhança do que já aconteceu este ano, a não cobrar a derrama às empresas. O
objetivo destas medidas, salientou Pedro Calado, é atrair jovens para
residir no concelho e dar maior rendimento aos funchalenses. O
chefe do executivo municipal destacou, por outro lado, que a proposta
do Orçamento do Estado para 2023, que prevê a transferência de mais 181
mil euros para o município, provocará, porém, um prejuízo de 1,6 milhões
de euros devido ao aumento do custo que a autarquia terá com os seus
recursos humanos. Pedro Calado indicou
ainda que pretende apostar no projeto ‘Urbanismo online’, criar
regulamentos para o alojamento local e para o ruído, assim como rever o
horário de funcionamento dos estabelecimentos de restauração e bebidas. O
orçamento da Câmara do Funchal para 2023 terá agora de ser aprovado em
reunião de Câmara e na Assembleia Municipal, onde a coligação PSD/CDS-PP
tem maioria absoluta.