Câmara do Funchal aprova planos para apoiar sem-abrigo e habitação para classe média
16 de abr. de 2025, 16:04
— Lusa/AO Online
Em
declarações aos jornalistas no final da reunião semanal do executivo, a
presidente do principal município da Madeira, Cristina Pedra
(independente eleita pelas listas do PSD), indicou que os dois planos
municipais seguem agora para aprovação na reunião da Assembleia
Municipal marcada para dia 29.Sobre o
plano municipal estratégico “para fazer face à situação de pessoas
sem-abrigo”, Cristina Pedra salientou que está prevista a implementação
de “diversas medidas operacionais, nomeadamente equipas transversais com
sociólogos, psicólogos, diversos agentes que estão dia e noite, fins de
semana e dias da semana no terreno a acompanhar” estas pessoas.“Mas, agora fazemos de uma forma robusta, formal, com o plano que se apresenta à Assembleia Municipal”, acrescentou.O
outro programa municipal aprovado é o “Habitar”, que tem como alvo
principal a classe média e vai “incluir diversas pessoas que estão em
condições de elegibilidade nas listas da SocioHabita”, empresa que gere o
setor habitacional do município do Funchal, adiantou.“Encaramos
que a classe media, que trabalha, aufere do salário mínimo ou pouco
mais por mês, não está em condições de habitação social. Portanto, quem
se levanta para trabalhar não tem nenhuma resposta da Câmara Municipal
do Funchal, nunca teve, para poder ter prioridade na habitação”,
salientou a responsável.Cristina Pedra
destacou que a autarquia não vai “virar as costas às questões sociais
que existem, sendo a habitação social uma necessidade”.Contudo,
acrescentou, é preciso também “dar condições à classe média que, pelo
facto de trabalhar e ter uma remuneração, não lhes permite estar nos
parâmetros da habitação social, mas também não consegue fazer face ao
arrendamento que se conhece”, sendo que “esta é a resposta para que
tenham rendas acessíveis”.Ainda segundo a autarca, o plano “prevê uma taxa de esforço entre 15 a 35%, nunca será mais do que isto” O
executivo da Câmara do Funchal aprovou ainda, com os votos contra dos
vereadores da coligação Confiança, liderada pelo PS, as contas de 2024,
que foram publicamente apresentadas em conferência de imprensa em 08 de
abril.De acordo com Cristina Pedra, a
situação orçamentar da Câmara do Funchal apresenta, neste momento, um
resultado líquido positivo de 2,7 milhões de euros, tendo o município
melhorado a capacidade de endividamento, que “passou de 15 milhões de
euros em 2021 para 53 milhões de euros disponíveis atualmente”.Por
outro lado, continuou, a evolução dos rácios financeiros demonstra “uma
recuperação significativa”, sendo que em 2021 “a autarquia registava um
prejuízo de 41 milhões de euros, um resultado de faturas ocultas e
parcialmente não contabilizadas”.“Em 2021,
o ano foi fechado com 41 milhões de euros de prejuízo. Nós, em apenas
três anos, conseguimos infletir o resultado líquido para 2,7 milhões de
euros”, disse, considerando que “a única surpresa seria se a oposição
elogiasse o bom trabalho” feito pelo atual executivo.Cristina Pedra referiu ainda que “só este ano, estão a ser devolvidos oito milhões de euros diretamente aos contribuintes”.