Câmara do Comércio de Ponta Delgada congratula-se com proposta de reprogramação
PRR
22 de jan. de 2025, 09:49
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a direção da Câmara do Comércio e
Indústria de Ponta Delgada - Associação Empresarial das Ilhas de S.
Miguel e Santa Maria (CCIPD) congratula-se “com a decisão do Governo
Regional em propor ao Governo da República a reprogramação do PRR”, já
anteriormente por si recomendada, onde se inclui o aumento da dotação
disponível para o programa SOLENERGE, de atribuição de incentivos
financeiros para a aquisição e instalação de sistemas solares
fotovoltaicos.“Tendo sido adiantado que
importa muito reservar tempo suficiente para a execução de programas
novos ou reforçados, esta Câmara espera que ainda seja temporalmente
possível executar a totalidade deste reforço do programa SOLENERGE”
lê-se na nota divulgada após uma reunião da direção, realizada na
segunda-feira.O executivo regional
anunciou na quinta-feira, na Horta, que a reprogramação de 75,6 milhões
de euros do PRR nos Açores vai dedicar 22,7 milhões à saúde e 41 milhões
ao programa SOLENERGE, deixando de financiar os barcos elétricos.“Nesta
reprogramação, há dois projetos que ganham muito ênfase, que têm a ver
com a transição energética, com o reforço do SOLENERGE, e que têm a ver
com a saúde”, anunciou o secretário regional das Finanças, Planeamento e
Administração Pública do Governo dos Açores, durante uma conferência de
imprensa.Duarte Freitas destacou que o
SOLENERGE vai ser reforçado com 41 milhões de euros, sendo que parte
desse valor (24 milhões) estavam anteriormente destinados à aquisição de
navios elétricos por parte da empresa pública Atlânticoline.A
direção da CCIPD considera contudo que, “infelizmente, o PRR continua a
apoiar pouco o setor produtivo, privilegiando o setor público que é o
seu grande beneficiário, traduzindo-se num ónus relevante, na medida em
que os encargos orçamentais públicos futuros serão ampliados, sem que
tenha havido melhoria significativa da capacidade exportadora dos
Açores, diretamente dependente do crescimento do setor empresarial
privado”.No entanto, assinala que
“continua apreensiva com a falta de execução tempestiva da verba de 125
milhões de euros para a capitalização das empresas”.“É
urgente definir que mecanismos vão ser postos em prática para que seja
possível a sua execução dentro do prazo estipulado pelo PRR”, defende.Sobre
a impossibilidade de contratação pública para a aquisição de navios
elétricos, que permitiriam reafetar uma embarcação para a retoma das
ligações de transporte marítimo de passageiros entre São Miguel e Santa
Maria, este órgão afirma que “obriga à adoção de uma nova opção para
resolver o problema de este ser o único grupo de ilhas sem oferta de
transporte marítimo de passageiros”.“A
opção de uma solução residual dependente de outras opções não serve por
manifesta improbabilidade de execução. O transporte de passageiros entre
as ilhas de São Miguel e de Santa Maria, pelo seu caráter estruturante,
exige a definição de uma nova solução”, lê-se.Considera
ainda de “extrema importância” o esclarecimento, por parte do Governo
Regional, da eventual opção de financiamento, via PO2030, da aquisição
de navios elétricos.“Impõe-se perguntar
qual a rubrica que será reafeta a esta pretensão entendendo-se que não é
admissível que seja sacrificada qualquer rubrica que esteja vocacionada
para a promoção da capacidade económica da região”, vincou.Na
nota, a CCIPD alerta ainda para as limitações operacionais do porto de
Ponta Delgada que “prejudicam de sobremaneira a economia açoriana e os
açorianos” e “releva que a promoção externa dos Açores não teve qualquer
evolução no último ano”.No turismo, a
entidade constata que os Açores “não estão a acompanhar o crescimento de
outras regiões portuguesas de referência”.