Autor: Lusa/AO Online
A Azores Airlines registou prejuízos em dez rotas que contribuíram para os resultados negativos da SATA, revelou o Governo Regional, defendendo que as contas do grupo em 2024 “foram impactadas por fatores extraordinários”.
Em resposta a um requerimento do Chega, consultado pela agência Lusa, o Governo dos Açores indica as rotas Funchal/Boston, Funchal/Toronto, Funchal/Nova Iorque, Porto/Boston, Porto/Toronto, Porto/Nova Iorque e Ponta Delgada/Londres como deficitárias.
O executivo açoriano revela, também, que as operações Terceira/Nova Iorque, Terceira/Boston e Ponta Delgada/Milão tiveram impacto nos prejuízos da SATA em 2024 ao apresentarem resultados negativos durante o inverno.
Perante este cenário, em comunicado, a CCIAH voltou a defender, “convictamente, a privatização imediata da Azores Airlines, enquanto condição essencial para a sua viabilidade”.
“Durante demasiados anos, a empresa sofreu com decisões orientadas por critérios políticos e não de gestão empresarial, dando prioridade a rotas que agora se comprova serem claramente desequilibradas do ponto de vista financeiro”, argumenta a direção.
A SATA “precisa urgentemente de uma gestão privada, profissional e orientada por critérios de eficiência económica, que garanta a sua sustentabilidade e a qualidade da conectividade aérea dos Açores com o exterior”.
Na nota, a CCIAH exorta a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, a prestar esclarecimentos adicionais sobre a rentabilidade das rotas aéreas operadas a partir da ilha Terceira, com especial foco nas ligações aos Estados Unidos da América.
“A resposta oficial indica que as rotas Terceira-Nova Iorque-Terceira e Terceira-Boston-Terceira apresentaram resultados negativos durante o inverno, o que levanta uma questão essencial: não têm essas rotas desempenho positivo durante o verão?”, questiona.
A organização solicita a divulgação da taxa de ocupação registada no inverno para todas as rotas operadas pela Azores Airlines, para “uma análise mais rigorosa, objetiva e transparente da sua viabilidade”, alertando que “não se devem tirar conclusões precipitadas apenas com base na época baixa”.
A direção da associação empresarial refere ainda que a divulgação oficial confirma a justiça do seu pedido, feito em outubro de 2024 à Assembleia Legislativa Regional, para a criação de uma comissão de inquérito às rotas deficitárias da Azores Airlines.