Câmara do Comércio de Angra critica estratégia de centralização da operação aérea
15 de dez. de 2025, 15:55
— Lusa/AO Online
Em comunicado, a direção
da Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH) diz que
"tomou conhecimento do anúncio da SATA Air Açores relativo ao reforço de
cerca de 1.000 lugares e 15 rotações adicionais na ligação Ponta
Delgada-Terceira-Ponta Delgada" e considera que a medida está "longe de
representar uma solução estrutural para a mobilidade aérea da ilha
Terceira".A direção da CCIAH defende que
se trata de "uma estratégia deliberada de centralização da operação
aérea em Ponta Delgada", na ilha de São Miguel, com "consequências
gravemente negativas para a companhia, para a economia terceirense e
para o equilíbrio do desenvolvimento regional"."Os
dados técnicos disponíveis demonstram de forma inequívoca que a opção
por reforçar neste Natal exclusivamente a operação via Ponta Delgada, em
detrimento de voos diretos ao continente, destrói valor económico no
próprio grupo SATA", lê-se na nota da Câmara do Comércio.No
entendimento da CCIAH, "desde os governos do Partido Socialista, em que
foram retiradas as aeronaves da SATA Air Açores que pernoitavam na ilha
Terceira, nunca a ilha tinha sido alvo de um ataque tão profundo,
continuado e estrutural ao seu desenvolvimento económico e à sua
competitividade externa".Segundo a
estrutura empresarial, o reforço da operação exclusivamente via Ponta
Delgada, em detrimento de voos diretos ao continente, é “economicamente
irracional” e está a “destruir valor” no próprio grupo SATA.Além
do impacto na companhia, a CCIAH estima que "a ausência de voos diretos
adicionais" tenha impedido a deslocação de "entre 440 e 640 passageiros
num período crítico", traduzindo-se "numa perda económica estimada
entre 400.000 euros e 580.000 euros para a economia da ilha Terceira,
afetando diretamente a hotelaria, restauração, comércio, aluguer de
viaturas e serviços".A Câmara do Comércio e
Indústria de Angra do Heroísmo afirma que "não pede privilégios", mas
exige "equidade territorial, racionalidade económica e responsabilidade
política"."Os empresários da ilha Terceira
continuarão a trabalhar e a investir. Mas não aceitarão, em silêncio,
decisões políticas que limitam deliberadamente a mobilidade, destroem
competitividade e comprometem o futuro da região", sublinha.