Câmara do Comércio de Angra critica "decisão política" na nomeação para a SATA
1 de jul. de 2024, 12:11
— Lusa/AO Online
"Numa altura em que a
nossa companhia aérea necessitava de uma liderança assertiva,
determinada, robusta e tecnicamente credível, somos todos surpreendidos
pelo contrário. Uma decisão política, tecnicamente desconhecedora e
ferida de morte ao nível da sua credibilidade para o desempenho da
função, considerando que o nomeado é funcionário do Grupo VINCI, empresa
que gere alguns dos aeroportos regionais e nacionais", lê-se num
comunicado de imprensa.A Associação
Empresarial das Ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge sublinha que "não
está em causa a idoneidade da pessoa nomeada", mas "o perfil para o
cargo", por se encontrar "ferida do dever de imparcialidade,
precisamente por ser empregado da VINCI".A
CCAH refere ter recebido com "perplexidade" e "desilusão" o nome do
novo presidente da companhia aérea pública açoriana, depois de a
transportadora "ter estado nos últimos meses à deriva".No
entender da associação, esta nomeação representa "um retrocesso técnico
e civilizacional de 10 anos", conduzindo a empresa "para os tempos em
que decisões ruinosas como a presente" levaram à atual situação
"agonizante".Estando a exercer funções
"num cargo em que está a prazo", acrescenta, o novo presidente da SATA
"nada mais fará do que agradar ao seu verdadeiro e único patrão
(VINCI)", o que "já era visível no seu desempenho como diretor
regional".A CCAH assinala que Rui Coutinho
não tomou "uma única decisão que não tenha sido a de aprofundar as
desigualdades entre ilhas dos Açores", nomeadamente ao nível dos
transportes marítimos e aéreos.Por outro
lado, considera preocupante a nomeação de um “conselho estratégico” e
alega tratar-se de "um alijar de responsabilidades por parte da tutela",
já que "nada acrescenta e só vem causar ruído, sendo apenas mais uma
voz a pronunciar-se sobre assuntos que desconhece, em matérias que
deveriam ser discutidas internamente pelos profissionais do setor".Apesar
das preocupações expressas, a CCAH acredita na resiliência dos
profissionais da SATA e na capacidade de recuperação da companhia aérea
açoriana, com um processo de privatização conduzido de forma
transparente e realista."Com determinação,
bom senso e uma gestão transparente e idónea, estamos confiantes de que
o Grupo SATA poderá superar os desafios atuais e prosperar no futuro
próximo", sublinha.A Câmara do Comércio de
Angra congratula-se com "a forma estoica e abnegada" como a equipa
liderada por José Roque "manteve em funcionamento" o Grupo SATA,
enquanto não foi nomeado o novo presidente.