Autor: Lusa/AO Online
“É um plano realista, para continuarmos a pagar aos nossos fornecedores dentro de um prazo médio de pagamento de 12 a 15 dias, termos dinheiro para os salários dos nossos trabalhadores e, no que resta, darmos um apoio social que é indispensável nos dias que correm, bem como fazer novos investimentos, aproveitando os fundos comunitários, em áreas prioritárias de desenvolvimento do concelho”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara, o socialista Ricardo Rodrigues.
O Plano e Orçamento do Município para 2016 foi aprovado na quarta-feira à noite com os votos favoráveis dos 14 deputados municipais do PS e dos dois deputados do movimento independente Novo Rumo.
Votaram ainda a favor dois deputados do PSD, nomeadamente os presidentes das Juntas de Ribeira Seca e de Ponta Garça.
Segundo o presidente da Câmara de Vila Franca do Campo, "o montante global da receita prevista é de 9,272 milhões de euros, nos quais se incluem alguns investimentos também financiados pelo Quadro Comunitário de Apoio".
"Temos três milhões e pouco para amortização de capital e juros de uma dívida anterior e 2,5 milhões de euros para pagamento de salários", salientou o autarca, para quem o pagamento das "dívidas anteriores limita muito a ação" da Câmara nos próximos 20 anos", depois de "um endividamento muito elevado que o PSD fez” na autarquia.
Quanto a investimentos para o próximo ano, o autarca socialista apontou a ampliação do parque industrial, uma obra que será candidatada a fundos comunitários e que deverá ser realizada no início do próximo ano, e a construção de uma estrada circundante a uma arriba que está instável na freguesia de Ponta Garça, que a autarquia tenciona igualmente candidatar a fundos comunitários.
A modernização administrativa dos serviços da Câmara e uma requalificação da costa de Vila Franca do Campo, com a recuperação do antigo barracão de peixe, são outros dos investimentos projetados, também alvo de candidaturas.
Ricardo Rodrigues assegurou que pretende manter, no próximo ano, o apoio aos mais carenciados "disponibilizado através do apoio social" e continuar "a colaboração com o Governo Regional para que seja possível enquadrar mais desempregados" em programas ocupacionais.
Rui Melo (PSD), antigo presidente do PSD da Câmara de Vila Franca, justificou à Lusa o seu voto contra o Orçamento alegando que "as despesas correntes continuam a aumentar de ano para ano com cargos políticos, com combustíveis, comunicações, tendo o município recorrido muitas vezes a prestação de serviços por avença".
Na sua declaração de voto, disse que, "passados seis anos da gestão autárquica socialista em Vila Franca do Campo, está tudo na mesma, sem projeto e sem rumo", e referiu que "o discurso principal é a dívida do passado, passado este que há muito deixou de ser presente".