Câmara de Santa Cruz das Flores pede obras nos portos das Poças e de Ponta Delgada
Hoje 16:22
— Lusa/AO Online
“No âmbito da nossa reunião
com o Governo Regional, foram colocadas algumas questões, […]
nomeadamente a segunda fase do porto das Poças, que é a obra mais
importante para o nosso concelho. Em termos de retorno económico, essa
obra é urgente avançar”, disse a autarca independente Elisabete Nóia.A
presidente da autarquia de Santa Cruz, que falava aos
jornalistas no final de uma reunião com o Governo dos Açores, realizada no âmbito de uma visita estatutária à ilha
das Flores, referiu que também colocou “a questão relativamente ao
aumento do porto de Ponta Delgada que, neste momento, está um bocadinho
congestionado devido a um aumento de pessoas e de pescadores”.Segundo
a autarca, no encontro, o município colocou também algumas preocupações
sobre obras de reabilitação da Escola Básica e Integrada das Flores,
bem como a colocação e a fixação de docentes naquele estabelecimento
escolar.Na saúde, referiu assuntos
relacionados com a fixação de médicos e o acesso a consultas e a
cirurgias e abordou ainda questões como o aumento do parque de
estacionamento da aerogare das Flores e a instalação de uma câmara de
frio para apoio aos pescadores, entre outras.Sobre
as obras nos portos das Poças e de Ponta Delgada, Elisabete Nóia
esclareceu que eram “muito ansiadas antes do porto das Lajes”.“O
porto das Lajes foi uma obra excecional e extraordinária, que decorreu
com a sua destruição no âmbito do furacão Lorenzo, em 2019, estas obras
eram muito reivindicadas há mais de 30 anos pela população”, afirmou.O
porto das Poças é o “principal polo económico” do concelho em relação a
pescas e ao embarque e desembarque de passageiros por via marítima para
o Corvo.“Essa obra é importante para que
surjam mais empresas ligadas a [atividades] marítimo-turísticas e essa
necessidade já existia há mais de 30 anos. Por isso, voltámos a falar
com o Governo Regional e esperemos que, nos próximos anos, ela se venha a
realizar”, disse.O presidente do Governo
Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, referiu que na reunião com a
autarquia de Santa Cruz das Flores deu alguns esclarecimentos sobre
transportes, acessibilidade e obras, designadamente em infraestruturas
portuárias e aeroportuárias e relacionadas com saúde e educação.“Nós
já lançámos concursos públicos que ficaram desertos. E, por isso, quer a
situação do porto das Poças, quer a escola, nós temos os projetos,
temos trabalho de casa feito, aguardaremos, em tempo, exatamente a
disponibilidade da capacidade para que o mercado responda a esse desafio
de contratação pública. Mas nós também temos bem a nota da avaliação
que importa fazer, não necessariamente de ampliação, mas de
qualificação, designadamente da aerogare”, explicou.Segundo
Bolieiro, a prioridade “está na conclusão e no grande encargo
financeiro que representa o porto das Lajes, que é o principal porto de
abastecimento à ilha”.“Não deixaremos de,
no que diz respeito a uma segunda fase, também atender àquilo que está
projetado no porto das Poças. Mas, ainda assim, não é a prioridade
máxima, até porque não há, como eu há pouco explicava, resposta no
mercado para obra”, disse.O governante garantiu que as obras nos portos das Poças e de Ponta Delgada “não estão esquecidas e podem ter potencial”.“Mas
não são, nesta fase, num caso uma prioridade estratégica e noutro,
porque não é possível tendo em conta a questão ligada à disponibilidade
da oferta do mercado, responder em matéria de obra pública”, concluiu.José
Manuel Bolieiro também anunciou que foi instalada uma câmara
frigorífica, através da Lotaçor, para utilização dos pescadores, que
“vai aportar valor” ao armazenamento e transporte do pescado da ilha das
Flores.