Câmara de Ponta Delgada recusa indemnizar “quem quer que seja" por fecho de ruas

29 de dez. de 2021, 19:54 — Lusa/AO online

“Nunca passei procuração a alguém para falar em nome do presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e nunca me ouviram dizer e nunca me ouvirão dizer que a Câmara de Ponta Delgada vai indemnizar quem quer que seja. Isso eu garanto”, declarou o social-democrata Pedro Nascimento Cabral durante a Assembleia Municipal, que decorre no Coliseu Micaelense, a propósito das alterações ao trânsito promovidas durante a quadra festiva.A 20 dezembro, o presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), Mário Fortuna, disse ter a “garantia” de que o município iria compensar os comerciantes prejudicados pelo encerramento de ruas ao trânsito no centro histórico.Hoje, o presidente da maior autarquia açoriana salientou que os empresários não vão ser indemnizados por aquela decisão camarária.“O ato de indemnizar seria reconhecer que erramos e nós, com a mesma humildade e a mesma seriedade, não reconhecemos que erramos. Demos o melhor de nós próprios a Ponta Delgada”, assinalou Pedro Nascimento Cabral.A 03 de dezembro, foi anunciado que, de 09 de dezembro até 02 de janeiro de 2022, a circulação automóvel estaria interditada em várias ruas do centro histórico de Ponta Delgada, tendo sido disponibilizados três autocarros gratuitos para fazer a ligação, aos sábados, entre os parques de estacionamento e o centro da maior cidade açoriana.Nascimento Cabral disse que só “reconheceria o erro” caso os autocarros e os parques de estacionamento tivessem estado “abarrotados” durante as últimas semanas.O autarca reconheceu que pode existir “um ou outro comerciante com quebra das receitas”, mas salientou que existem muitos empresários que registaram um “aumento de vendas”.O presidente do município, eleito pela primeira vez nas autárquicas de setembro, reiterou que as ruas do centro histórico vão continuar encerradas até domingo.O “comércio tradicional tem de se adaptar” porque as vias da baixa da cidade voltarão a ser encerradas no “futuro”, avisou.“Inevitavelmente, vamos ter de encerrar as ruas do centro histórico novamente. Por uma questão ambiental, por uma questão sociológica e por uma questão de necessidade imperiosa de devolvermos a cidade às pessoas”, afirmou.Pedro Nascimento Cabral justificou ainda o encerramento das ruas no período do Natal por aquela ser uma “época de consumo”.Em 16 de dezembro, vários comerciantes criticaram à Lusa o encerramento de ruas de Ponta Delgada que, defenderam, afastou os clientes da baixa.Antes, a 14 de dezembro, um grupo de 50 comerciantes do centro histórico de Ponta Delgada entregou à Câmara Municipal um abaixo-assinado a pedir a “reabertura imediata” das ruas encerradas ao trânsito no período festivo.