Câmara de Ponta Delgada nomeia comissão de peritos para Calheta Pêro de Teive
29 de set. de 2020, 12:46
— Lusa/AO Online
A decisão, anunciada em comunicado pela
autarquia presidida por Maria José Lemos Duarte, foi deliberada em
reunião extraordinária hoje decorrida."A
câmara deliberou, por unanimidade, nomear uma comissão de peritos para
avaliação da execução coerciva de obras de demolição e requalificação,
com recurso a posse administrativa pelo município do terreno [...]",
lê-se na nota enviada às redações.Segundo a
autarquia, a comissão "é constituída pelos técnicos Ana Pereira
(arquiteta), Paula Silva (engenheira civil) e Vergílio Oliveira
(veterinário municipal)".A vistoria ao
local ocorrerá em 14 de outubro e o respetivo auto "deverá ser entregue
até ao dia 28 de outubro", lê-se na mesma nota.Na
semana passada, a presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada,
Maria José Duarte (PSD), admitiu uma “eventual posse administrativa” do
terreno das galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive, tendo
convocado uma reunião extraordinária do executivo.Em
nota de imprensa, a autarca afirmava que o processo de demolição da
“obra inacabada das galerias comerciais da Calheta Pêro de Teve, que se
arrasta há mais de 10 anos, é de todos conhecido e dispensa
considerações complementares”.Maria José
Duarte lembrou que, em 01 de setembro “ficaram concluídas, em tempo
prioritário, todas as diligências públicas da Câmara Municipal para o
licenciamento final da obra de construção de uma unidade hoteleira no
mesmo local, requerido pela ASTA Atlântida - Sociedade de Turismo e
Animação, S.A.”.Após ter enviado em 09 de
setembro uma carta à empresa “notificando-a, nos termos da lei, para, no
prazo de 10 dias úteis, informar o município sobre o início das obras e
respetivo cronograma”, na semana passada esta informou que "tenciona
dar início à execução das obras dentro de alguns meses".A
empresa adianta que “apresentará um cronograma de execução das obras
que obedecerá ao prazo máximo de 16 meses" e que “,ainda assim, tal "não
prejudica o recurso aos mecanismos legais gerais de prorrogação dos
prazos".Face à “indefinição da resposta à
notificação, que solicitava informação concreta sobre o início das obras
e com que cronograma, e considerando ainda os antecedentes do
processo”, a autarca referia que “parece evidente que aquela zona nobre
de Ponta Delgada continuará, por mais longos meses, com ruínas que põem
em causa a saúde, a segurança e a estética da cidade”.Maria
José Duarte sublinhava que “há que agir em nome do interesse público”,
daí que tenha decidido convocar uma reunião extraordinária da Câmara
Municipal, realizada hoje, para “propor, nos termos da lei, a nomeação
de uma comissão de perícia técnica para eventual posse administrativa do
terreno e execução coerciva de obras de demolição, se necessário for”.Em
05 de agosto, o Governo dos Açores afirmou que a requalificação das
galerias comerciais na Calheta de Pêro de Teive ainda não se iniciaram
devido à falta da licença por parte da Câmara Municipal.Anteriormente,
o BE/Açores pediu explicações ao Governo Regional sobre o "mamarracho"
que se encontra no local, salientado que "todos os prazos têm sido
queimados" para a requalificação daquele espaço.Em
janeiro de 2008, foi anunciado que iria nascer um novo espaço comercial
na marginal de Ponta Delgada, com 60 lojas e sete restaurantes, neste
espaço.Em 2016, o fundo Discovery,
responsável pelo projeto, apresentou uma "mudança radical" para as
inacabadas galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive, que passava por
demolições, redução de volumetrias e criação de um jardim público.