Autor: Lusa/Açoriano Oriental
"Há mais falta de civismo", admitiu, em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Ponta Delgada, o social-democrata José Manuel Bolieiro, embora não considere a cidade suja.
A vereadora socialista Sónia Nicolau defendeu que "a falta de civismo se combate com mais educação" e preconizou uma alteração do modelo de gestão dos resíduos no concelho, sustentando que é "a imagem de Ponta Delgada está em causa".
Em Ponta Delgada, a recolha seletiva de resíduos é feita porta a porta e em ilhas ecológicas.
No entanto, a deposição indevida de resíduos e o serviço de limpeza no espaço público de Ponta Delgada têm suscitado críticas nas redes sociais e em reuniões camarárias.
Ainda assim, para José Manuel Bolieiro, Ponta Delgada "não está transformada numa lixeira".
O autarca sublinhou que, além dos munícipes, "há uma dinâmica económica no centro histórico da cidade" devido ao crescimento do número de turistas, o que contribui para o aumento dos resíduos.
Segundo o governante, está em curso uma campanha em órgãos de comunicação social para sensibilizar a população para este problema.
"Há mais contentores, há mais ilhas ecológicas e estamos a reforçar os elementos de limpeza e recolha", adiantou o autarca, acrescentando que, enquanto "um contentor tem capacidade para 800 litros, as ilhas ecológicas que têm sido instaladas em várias zonas da cidade comportam 3.000 litros".
A oposição considera, contudo, que este problema não se resolve unicamente com investimento e que o atual presidente do município se tem mostrado incapaz de o solucionar.
"Não é aceitável, por exemplo, que no centro histórico de Ponta Delgada se mantenha o mesmo modelo de recolha praticado desde o início do século. Não é possível no verão, quando as esplanadas estão a 100%, assistir à recolha de resíduos urbanos", lamentou Sónia Nicolau.
Desde setembro que a autarquia, na ilha de São Miguel, decidiu passar a multar todos os munícipes que sejam detetados a colocar à porta de casa lixo fora das horas de recolha, com coimas que podem ir dos 500 aos 1.500 euros.
Em abril de 2016 a Câmara de Ponta Delgada inaugurou 17 ilhas ecológicas destinadas à recolha seletiva de resíduos, passando a ter o dobro do que dispunha, num investimento de 400 mil euros.