Câmara de Ponta Delgada com orçamento de 61 ME para 2023
17 de nov. de 2022, 17:48
— Lusa/AO Online
O orçamento
do executivo camarário liderado pelo social-democrata Pedro Nascimento
Cabral, com menos um milhão do que em 2022, foi aprovado na quarta-feira
em reunião de Câmara.Segundo uma nota
divulgada pela autarquia, a proposta de orçamento “foi aprovada, por
maioria, com os votos contra dos vereadores do PS, apesar de terem
votado favoravelmente a tabela de taxas e licenças de 2023, o Imposto
Municipal sobre Imóveis [IMI] de 2023, Participação Variável de IRS de
2023 e Derrama de 2023”.Está previsto
aumentar o apoio, na área social, até aos 3,1 milhões de euros, que
representa uma subida de 130% nas verbas municipais direcionadas para os
projetos de Desenvolvimento Social.A
autarquia destaca o reforço de verbas destinadas ao Fundo Municipal de
Solidariedade Social (+220%), comparticipação ao arrendamento
habitacional (+175%) e bolsas de estudo para alunos do Ensino
Universitário (+460%).A implementação de
novos planos, projetos e ações conta com uma verba de quase meio milhão
de euros, com a implementação do programa ‘Housing First’, "uma medida
inovadora nos Açores", que pretende "responder aos desafios da população
sem-abrigo de Ponta Delgada", revela o município.Em
2023, a autarquia quer avançar com um programa de apoio aos casais com
filhos até 12 meses de idade, mediante uma comparticipação financeira
que “poderá atingir os 1.200 euros por filho, em função do rendimento do
agregado familiar, para apoio à alimentação, saúde e bem-estar”.A
maior autarquia dos Açores vai, ainda, isentar os jovens até 35 anos,
ou casais com média de idades que não ultrapassem os 35 anos, do
pagamento do Imposto Municipal de Transmissões (IMT) na aquisição de
habitação própria e permanente com valor máximo de 200 mil euros.A habitação tem destinada uma verba de meio milhão de euros para o Programa Municipal de Apoio ao Arrendamento."Esta
medida prevê bonificações de 15% aos agregados com pessoas portadores
de deficiência, vítimas de violência doméstica, jovens até aos 35 anos e
agregados monoparentais, podendo estes ser cumulativos", explica. O documento inclui ainda o apoio ao arrendamento para a habitação de idosos com idade igual ou superior a 65 anos.Para
o programa de apoio às IPSS do concelho está destinada uma verba de 520
mil euros e o Fundo Municipal de Solidariedade Social quase meio milhão
de euros para a comparticipação de despesas dos agregados familiares.De
acordo com a proposta, no próximo ano, a participação variável no IRS
(Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) vai manter-se nos
3,5% e a Derrama a 1% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de
imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas, mantendo a isenção para
os sujeitos passivos com um volume de negócio até 150 mil euros.A
Câmara vai manter o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) nos mínimos
legalmente admissíveis de modo a assegurar “o compromisso de desonerar
as famílias de mais encargos”.Contactado
pela agência Lusa, o vereador do PS, André Viveiros justificou o voto
contra dos socialistas, alegando estar-se perante um plano “muito mau”.“Não tem rasgo, não tem inovação e não responde às necessidades da cidade e do concelho”, sustentou o vereador socialista.Para os socialistas, os documentos “ficam muito aquém do que era esperado” em áreas como a habitação, educação ou a mobilidade.Nas
funções sociais, o socialista disse que "existe a intenção" da Câmara
em aumentar a verba, mas "não se sabe muito bem de onde chegará essa
verba ao plano".“É um orçamento marcado
pelos erros do passado, no qual se destaca um aumento dos passivos
financeiros em 87% face ao ano anterior”, sustentou.Além
disso, "a despesa de um milhão de euros para correção dos erros do
projeto e da trapalhada na obra do Mercado da Graça, perfeitamente
evitável, retira margem financeira para outros investimentos no
concelho”, considerou.