Câmara de Ponta Delgada adjudica conclusão de obras no Mercado da Graça
29 de ago. de 2024, 12:12
— Lusa
Em
comunicado, a autarquia açoriana adiantou que a adjudicação da obra à
empresa Caetano & Medeiros, Lda. foi decidida em reunião
extraordinária do executivo municipal, presidido por Pedro Nascimento
Cabral (PSD).Segundo a nota, o júri do
concurso “acatou a deliberação do Tribunal de Contas (TdC) e emitiu um
novo relatório, deliberando, assim, no mesmo sentido jurídico apontado
por aquele tribunal”. Deste modo, a Câmara
Municipal de Ponta Delgada “prescindiu da apresentação de recursos
judiciais perante os tribunais superiores e encontrou uma solução eficaz
para concluir rapidamente o procedimento de contratação pública da
empreitada do Mercado da Graça".“Com esta
decisão, o início das obras fica agora apenas dependente da obtenção do
visto do TdC", explicou Pedro Nascimento Cabral, citado no comunicado.A
autarquia adiantou que o procedimento foi concluído no período de duas
semanas, através da realização de duas reuniões de Câmara
extraordinárias que “permitiram revogar a decisão de adjudicar a obra à
empresa Marques SA., emitir um novo relatório do júri do concurso e
cumprir com o prazo de audiência prévia junto das empresas
concorrentes”.Pedro Nascimento Cabral
sublinhou que o município “está a cumprir com todos os procedimentos que
a lei impõe, seja nos projetos apresentados ou no cumprimento das
regras legais da contratação pública”, e manifestou a sua “total
solidariedade com os comerciantes e consumidores do Mercado da Graça”,
garantindo que o processo “encontrará o seu desfecho muito em breve”.O
Tribunal de Contas (TdC) recusou conceder visto ao concurso de
requalificação do mercado por “incorreta exclusão” da proposta mais
baixa, segundo uma decisão a que a Lusa teve acesso.O
TdC referiu na sua argumentação que a “incorreta exclusão da proposta
de preço mais baixo e a consequente adjudicação à única proposta
admitida consubstanciaram uma ilegalidade suscetível de alterar o
resultado financeiro do contrato”.Concorreram
ao concurso da obra de requalificação da cobertura do Mercado da Graça,
da responsabilidade da autarquia, as empresas Caetano & Medeiros,
Sociedade de Construção e Imobiliária, Lda, com um valor de 1.488.185,82
euros, e a Marques, S.A, apresentando o valor de 1.743.813,54 euros.A
requalificação da cobertura do espaço comercial foi consignada e
iniciada em setembro de 2021 e a sua conclusão estava prevista para
agosto de 2022.Em 30 de julho de 2022, a Câmara anunciou a suspensão da obra, devido à "inexistência de projeto contra incêndios".A
autarquia "foi obrigada a suspender a obra do Mercado da Graça após ter
sido notificada pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos
Açores que a empreitada foi iniciada sem o parecer favorável desta
entidade quanto ao projeto de Segurança Contra Incêndios, apesar de o
executivo camarário anterior ter aprovado o processo de execução da
empreitada, a 14 de dezembro de 2020, e assinado o auto de consignação
da obra com o empreiteiro, em 23 de setembro de 2021", indicou o
município na altura.Assim, referiu ainda,
"e em face da imposição legal de ter de instalar o sistema de combate a
incêndios na obra de requalificação da cobertura e fachadas do Mercado
da Graça, a autarquia foi obrigada, atento ao seu valor, superior a um
milhão de euros, a lançar um novo concurso público para concluir as
obras".